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PS quer exemplo do seu Governo como base do manifesto socialista nas eleições europeias

Direção do PS acredita que o resultado final do congresso de Lisboa marcará um “contraste significativo” face à atual situação interna da corrente de centro direita do Partido Popular Europeu (PPE).
5 Dezembro 2018, 17h12

O PS espera que do Congresso do Partido Socialista Europeu (PSE), entre sexta-feira e sábado, em Lisboa, resulte uma unidade programática alternativa às correntes conservadoras para as eleições europeias, tendo como base a experiência da governação portuguesa.

Pela parte dos socialistas portugueses, os dois principais momentos do congresso acontecem na sexta-feira, na cerimónia de abertura, com o discurso do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, e no sábado, ao início da tarde, no encerramento, com a intervenção do secretário-geral e primeiro-ministro, António Costa, numa sessão que aclamará o trabalhista holandês Frans Timmermans como candidato ao cargo de presidente da Comissão Europeia.

Além de António Costa e de Fernando Medina, discursam neste congresso eletivo do PSE o ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, o titular da pasta dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, e o ministro das Infraestruturas e Equipamento, Pedro Marques, assim como os eurodeputados do PS Carlos Zorrinho e Pedro Silva Pereira.

“O facto de este XI Congresso do PES se realizar em Lisboa, tendo para mais um caráter estatutário e deliberativo, já que servirá de base ao manifesto dos socialistas nas próximas eleições europeias, traduz o enorme respeito existente pela solução política encontrada pelo Governo português. Os resultados da governação portuguesa nos últimos três anos, com crescimento económico, mais emprego e cumprimento das metas macroeconómicas, são encarados como um exemplo para a nossa família socialista e social-democrata europeia”, declarou à agência Lusa um dos mais influentes membros do Secretariado Nacional do PS.

Em relação aos dois dias de trabalhos políticos, a direção do PS acredita que o resultado final do congresso de Lisboa marcará um “contraste significativo” face à atual situação interna da corrente de centro direita do Partido Popular Europeu (PPE).

“Tudo indica que os socialistas e sociais-democratas europeus vão sair unidos de Lisboa em torno do seu candidato à sucessão do luxemburguês Jacques Delors na presidência da Comissão Europeia, o holandês Frans Timmermans, mas também unidos em torno de bases programáticas progressistas e não austeritárias para União Europeia”, defendeu à agência Lusa um dirigente do PS.

Na direção do PS, considera-se essencial que o manifesto eleitoral a apresentar aos europeus em maio próximo tenha como linhas programáticas prioritárias a defesa de um projeto europeu mais coeso social e territorialmente, com maior justiça e solidariedade entre os cidadãos dos diferentes Estados-membros.

Pela parte de António Costa, desde que assumiu o cargo de primeiro-ministro em novembro de 2015, as suas prioridades políticas têm passado pela urgência da conclusão da reforma da União Económica e Monetária (UEM), tendo em vista proteger a zona euro de futuras ameaças à estabilidade financeira, e por um orçamento europeu mais ambicioso “gerador de mais crescimento económico e capaz de responder às exigências dos cidadãos”.

Só por esta via de maior solidariedade à escala europeia, segundo António Costa, será possível combater o crescimento de partidos de extrema-direita em diversos Estados-membros e travar fenómenos populistas, xenófobos e racistas que ameaçam a coesão europeia.

Entre os principais dirigentes do PS contactados pela agência Lusa, reconhece-se no entanto a fraqueza da família socialista e social-democrata em matéria de liderança de governos europeus. Em Lisboa, só estarão os primeiros-ministros de Espanha, Pedro Sánchez, de Malta, Joseph Muscat, e da Eslováquia, Peter Pellegrini.

Alexis Tsipras, chefe do Governo grego, apesar de participar em vários encontros políticos de alto nível promovidos pelos socialistas europeus, não estará na capital portuguesa por este ser um congresso do PES com caráter eletivo e estatutário.

Durante os dois dias de congresso, estão previstas intervenções de figuras socialistas como o líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, Jeremy Corbin, da alta representante para a política externa e segurança europeia, a italiana Federica Mogherini, e do vice-presidente da Comissão Europeia Maros Sefcovic, num conclave em que será eleita uma nova direção do PSE. O órgão de cúpula do PSE será novamente liderado pelo búlgaro Sergei Stanishev, o qual terá como secretário-geral o germânico Achim Post.

Segundo fonte da organização dos socialistas portugueses, muitos dos delegados e ativistas do PSE chegam a Lisboa ao longo do dia de hoj e começarão a estar envolvidos em iniciativas já nesta quinta-feira, caso particular dos mais dos mais jovens que estarão envolvidos em ações de formação sobre comunicação política e campanhas eleitorais.

Na sexta-feira, de manhã, antes da abertura formal dos trabalhos, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, e a eurodeputada socialista Maria João Rodrigues, participam num debate subordinado ao seguinte tema: “Consigo mudar o meu futuro? Vias paria um caminho progressista na União Europeia”.

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