O grupo parlamentar do PS recomenda ao Governo que averigue a possibilidade de aplicação e instalação de lâmpadas UV-C, com efeitos germicidas, em todas as unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Recomendação está prevista num projeto de resolução que deu hoje entrada no Parlamento e visa a esterilização do ar e das superfícies dos espaços de atendimento e tratamento, garantindo deste modo, a segurança dos profissionais de saúde e dos utilizadores das unidades do SNS.
No projeto de resolução, um grupo de 15 deputados do PS recomenda ao Governo que em articulação com as entidades envolvidas, a Direção-Geral de Saúde, (DGS), a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e Instituto Português de Acreditação, I.P. (IPAC), “estude a possibilidade de aplicação e instalação de lâmpadas UV-C, com efeitos germicidas, em todas as unidades do Serviço Nacional de Saúde, para garantia da esterilização do ar e das superfícies dos espaços de atendimento e tratamento, garantindo deste modo, a segurança dos profissionais de saúde e dos utentes do SNS”.
Os socialistas salientam que a pandemia causada pela Covid-19, “instalou o medo e a desconfiança nos cidadãos, pelo desconhecimento da mesma e com todas as incertezas a ela associadas, contágio, formas de transmissão, imunidade, entre outros”. Como tal, o grupo de deputados do PS considera que importa adotar medidas que “se afigurem eficazes, sejam fáceis de aplicar e cujos custos tenham impacto reduzido nas despesas, mas sobretudo que garantam a segurança e confiança necessárias para que os profissionais e utentes do SNS retomem a atividade suspensa pela crise sanitária que vivemos”.
O grupo de deputados socialistas considera que “é urgente”, nos dias de hoje, utilizar meios e adotar procedimentos que garantam a segurança necessária e a confiança dos utilizadores do SNS, tanto a nível dos Cuidados de Saúde Primários como nos Cuidados Hospitalares e Cuidados Continuados. E recordam que face ao rápido contágio da doença infeciosa causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, a 30 de janeiro de 2020, o estado de emergência de saúde pública de âmbito internacional e, no dia 11 de março, classificou a Covid-19 como pandemia.
No projeto de resolução sustentam que desde 1955 que a luz ultravioleta C, é utilizada na Europa, em larga escala, como método de desinfeção, acrescentando que atualmente existem milhares de equipamentos UV-C por todo o mundo, nas mais variadas aplicações, incluindo a desinfeção de água, ar e superfícies.
“A luz ultravioleta C, tem a sua máxima ação germicida no comprimento de onda de 254nm (nanómetros), em que as lâmpadas “germicidas” especiais emitem luz UV-C de alta intensidade, purificando o ar, a água e as superfícies, sem o uso de substâncias químicas agressivas nocivas para o meio ambiente e o seu efeito bactericida torna-a utilizável em dispositivos que mantêm a assepsia”, frisam
Sob o efeito da radiação UV-C, explicam, a esterilização ocorre na água ou no ar, matando ou neutralizando bactérias, vírus e outros organismos primitivos, sendo que, realçam, a luz UV-C oferece uma solução para a desinfeção do ar e superfícies em hospitais, ambientes de investigação bacteriológica e farmacêutica, ar condicionado, câmaras frigoríficas, materiais de embalagem entre tantos outros. “A lâmpada UV-C para funcionar com 100% de eficácia necessita de ter um reator próprio, sendo recomendado o seu funcionamento aquando da ausência de pessoas”, defendem.
Investigadores japoneses apontam para eficácia de luz ultravioleta contra SARS-CoV-2
Um estudo realizado por investigadores da Universidade de Hiroshima, no Japão, descobriu que a radiação ultravioleta C é capaz de eliminar “eficazmente” o vírus SARS-CoV-2 de uma superfície contaminada. Os investigadores ressalvam, no entanto, que é necessária uma avaliação complementar da sua segurança e eficácia.
A investigação teve por base numa experiência in vitro com o objetivo de investigar a eficácia da luz ultravioleta na desinfeção de superfícies contaminadas pelo SARS-CoV-2, o vírus na origem da doença conhecida por Covid-19.
A conclusão demonstra que, após uma exposição de 30 segundos à radiação ultravioleta C – comummente designada por UV-C, com um comprimento de onda de 222 nanómetros – o SARS-CoV-2 foi reduzido a “níveis indetetáveis”, eliminando 99,7% da sua carga viral.
Os cientistas concluem, por isso, que o sistema de desinfeção UV-C de 222 nanómetros pode ser utilizado para prevenção e controlo de infeção contra a Covid-19, nomeadamente em espaços públicos, como quartos de hospitais.
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