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PSA de Mangualde já tem câmaras termográficas nos acessos mas ainda não sabe quando retoma produção

Foram esta terça-feira apresentadas mais de 100 medidas de segurança e proteção anti-Covid-19 dos trabalhadores na fábrica de Mangualde onde são produzidos os comerciais Peugeot Partner, Citroën Berlingo e Opel Combo. Nem faltam as câmaras que medem a temperatura corporal. Só não se sabe quando será retomada a laboração.
21 Abril 2020, 17h09

Os cerca de mil trabalhadores da fábrica da PSA – Peugeot Citroën em Mangualde ainda não sabem quando vão retomar a atividade, nem qual será a sua cadência de produção – ou se poderá ser próxima das 336 unidades de veículos comerciais que fabricaram por dia em 2019, quando baterem o recorde desta unidade fabril ao produzirem perto de 70 mil veículos num ano.

O que sabem a partir desta terça-feira, 21 de abril, é que o Grupo PSA adaptou à fábrica de Mangualde mais de 100 medidas de proteção inicialmente introduzidas numa fábrica que o grupo tem na China. Entre elas, a instalação de câmaras termográficas nos acessos para realizar a avaliação da temperatura corporal de quem entra na fábrica.

“Efetuamos todos os procedimentos e protocolos de segurança para a laboração no ambiente restritivo da Covid-19 e temos indicações que asseguramos o nível máximo de proteção aos nossos trabalhadores, cumprindo as regras que hoje foram apresentadas”, referiu ao Jornal Económico o responsável pela comunicação da PSA em Portugal, Jorge Magalhães ao fim da apresentação do protocolo de proteção e saúde com mais de 100 medidas, entre as quais estão períodos de paragem para desinfeção do equipamento de laboração.

“A PSA de Mangualde parou a 100% em 18 de março e desde então a fabrica tem estado sem produzir”, referiu Jorge Magalhães, explicando que “agora que todos os procedimentos de segurança foram adotados, a unidade terá condições para retomar a laboração, assim que estejam reunidas as condições legais que o permitam e depois de isso ter sido acordado com os representantes dos trabalhadores, mas por enquanto ainda não temos esse grau de liberdade que permita anunciarmos formalmente que o regresso à laboração vai ocorrer em determinado dia”.

“Já sabemos que os trabalhadores de Mangualde têm todos os protocolos que lhes vão garantir o nível máximo de proteção, e isso foi a prioridade imposta pela PSA, mas ainda é preciso garantir que a rede de comercialização das viaturas comerciais que são fabricadas nesta unidade – o Peugeot Partner, o Citroën Berlingo e o Opel Combo – estará totalmente operacional, e só então é que se poderá retomar a produção de forma normal”, refere Jorge Magalhães.

Uma das regras básicas para a retoma da produção é que, antes de regressar ao trabalho, será necessário respeitar o protocolo de auto-monitorização da saúde, cabendo a cada colaborador assegurar que durante 14 dias não apresentou nenhum sintoma da Covid-19 e que isso seja registado numa folha destinada a esse efeito. No regresso ao trabalho, o colaborador deve trazer essa folha consigo. Se apresentar sintomas, deve contactar o SNS 24 através do número 808 24 24 24 e, assim que possível, deve informar a hierarquia da fábrica.

Também nas deslocações para o trabalho há muitas alterações de comportamento e de práticas. A PSA desaconselha a partilha de boleias. E propõe que os trabalhadores solicitem às chefias duas máscaras de proteção para os trajetos casa-trabalho, recordando que cada trabalhador, antes de colocar a máscara de proteção , deverá higienizar as mãos. Na utilização de viaturas para chegar ao trabalho, a PSA aconselha um máximo de duas pessoas por viatura , sentados um à frente e outro atrás de forma oblíqua. Também na portaria haverá novas regras. Os elementos do serviço médico questionam cada trabalhador no sentido de saberem se teve sintomas da Covid-19 nos últimos 14 dias, solicitando-lhe a higienização das mãos com álcool-gel. Além disso, entregam uma máscara de proteção e solicitam que o trabalhador a coloque. É igualmente efetuada a avaliação da temperatura corporal com um termómetro sem contacto físico. Só se a temperatura for inferior a 37,5º graus é que poderá entrar nas instalações de Mangualde. Caso contrário, terá de aguardar num espaço dedicado para o efeito, até ser encaminhado ao SNS 24.

Foram feitas marcações ao solo das distâncias de segurança. No primeiro dia de trabalho, será entregue um kit a cada trabalhador com duas máscaras de proteção, óculos de proteção, tríptico informativo, álcool-gel e desinfetante de superfícies e ferramentas. É sinalizada no solo a distância social nos fluxos de entrada, saída e de deslocações, mantendo as portas sempre abertas. As diferentes portas de acesso permanecem abertas, exceto as portas de Emergência, e as do setor da pintura, bem como as designadas ZAR (Zonas de Acesso Restrito).

Por motivos de processo, refere a PSA, apenas os colaboradores do setor de pintura poderão aceder aos vestiários. O acesso ao cacifo, apenas pode ser efetuado se o corredor onde este se situa estiver livre. Caso o corredor esteja ocupado o colaborador utiliza as zonas de espera até poder entrar. Os trabalhadores têm de lavar as mãos antes e após a utilização do cacifo. Todos os procedimentos de limpeza foram reforçados entre as utilizações do cacifo, que desinfetado frequentemente pela empresa de limpeza. Os vestiários serão interditos após o horário de troca de turnos. E as zonas de vending, o café, o Multibanco e os bebedouros foram interditas. As zonas de fumo apenas são autorizadas num máximo de quatro pessoas de cada vez. Foi efetuada a instalação de doseadores de álcool-gel nos locais de acesso. E os urinóis e lavatórios foram desativados. A ventilação dos locais é feita durante 15 minutos entre reuniões e procederam à colocação das regras de utilização dos espaços fabris. As equipas serão divididas e a informação será explicada por hierarquias de diferentes turnos, para evitar aglomerados.

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