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PSD admite chamar Costa à nova comissão de inquérito da Caixa

O líder da bancada social-democrata, Luís Montenegro, afirma que o partido “vai até ao fim” e refere ainda que não via mal se o ministro das Finanças deixasse as funções.
  • Cristina Bernardo
23 Fevereiro 2017, 10h00

Em entrevista ao jornal “Público” e à rádio “Renascença”, o líder da bancada parlamentar do PSD, Luís Montenegro, admitiu que “não exclui” a  hipótese de chamar António Costa, caso avance uma nova comissão de inquérito sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Luís Montenegro admite chamar o primeiro-ministro à nova comissão de inquérito e garante que Ferro Rodrigues “não tem poderes para travar o novo inquérito”. Em declarações ao jornal, o deputado não poupou críticas à esquerda, que acusa de bloqueio à oposição.

“O que se está a acontecer no Parlamento é um escândalo democrático, com a anuência do primeiro-ministro e com a anuência dos seus acólitos, Jerónimo de Sousa e Catarina Martins, que criaram uma nova realidade dos ‘donos disto tudo’”, assegura, na entrevista publicada esta quinta-feira.

Questionado sobre se o Presidente da República esteve a par do processo, o líder parlamentar do PSD disse que Marcelo Rebelo de Sousa “apurou tudo o que tinha sido o desenrolar do processo e que o ministro [Mário Centeno] só por razões ponderosas tinha ficado em funções”.

O social-democrata esclarece que não sabe “o conteúdo das conversas do Presidente com o primeiro-ministro”. “Nem sei a que informação teve acesso. Mas é público que houve um conselheiro de Estado que mostrou uns SMS ao Presidente. Como é público que foi o ministro das Finanças que os escreveu”, acrescenta Luís Montenegro.

O líder parlamentar do PSD refere ainda que não via mal se o ministro das Finanças saísse agora do Governo. “Por mim, nem estava lá Mário Centeno, nem o primeiro-ministro”, sublinha Luís Montenegro.

No sábado, Luís Montenegro confirmou que o partido estava a “ultimar o requerimento” para a constituição de uma nova comissão parlamentar de inquérito à CGD, que “abarcará todo o período que medeia entre a negociação com a equipa de António Domingues até ao momento da sua demissão”. O líder da bancada do PSD explicou que o seu partido só avança “porque o PS, PCP e Bloco de Esquerda inviabilizaram o trabalho de apuramento da verdade na que atualmente decorre”.

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