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PSD denuncia “aldrabice política” nas cativações previstas no OE2019

“O tecto apresentado para as despesas é falso. É uma aldrabice política que torna definitivo um volume de cativações que não estão explicitadas e que se alcançarem 590 milhões de euros será um valor superior aos quatro anos passados”, afirmou hoje Duarte Pacheco, deputado do PSD, no Parlamento.
23 Outubro 2018, 18h08

Através do deputado Duarte Pacheco, o PSD lançou hoje duras críticas em relação à proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), a qual está a ser apresentada no Parlamento pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, no âmbito da Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa. Pacheco focou-se nas cativações orçamentais, denunciando o que considera ser uma “aldrabice política” da parte do Governo. “O tecto apresentado para as despesas é falso. É uma aldrabice política que torna definitivo um volume de cativações que não estão explicitadas e que se alcançarem 590 milhões de euros será um valor superior aos quatro anos passados”, afirmou.

Pacheco baseou-se no relatório preliminar de análise ao OE2019 da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), no qual se alerta que “a assunção de valores diferentes para o saldo global nos documentos de política do Ministério das Finanças (relatório e projeto de plano orçamental) indicia a disposição política de executar menos 590 milhões de euros do que o orçamento ora proposto à Assembleia da República”. Ou seja, ao calcular a meta do défice para o próximo ano em -0,2% do PIB, o Governo estará a assumir que uma parte (590 milhões de euros) das cativações previstas no OE2019 não vão ser descongeladas.

“O indício de sobre-orçamentação contraria o princípio da transparência. O documento em apreciação na Assembleia da República não reflete nem especifica as poupanças que o Governo pretende realizar em sede de execução e este facto inibirá a avaliação precisa da evolução da execução orçamental”, sublinha o mesmo relatório.

“Corrija os erros. Não vale a pena entregar o documento com valores incorretos para inglês ver, para oposição ver. Era bom que corrigisse em nome da verdade e da humildade”, instou o deputado do PSD, dirigindo-se a Centeno. Na resposta, o ministro das Finanças disse que “os senhores erraram sempre e por isso estão espantados. Não conseguem perceber como é que se consegue fazer uma estimativa e cumprir”.

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