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PSD diz que providência cautelar da ACP contra injeção na TAP é resultado de um “erro crasso” da companhia aérea

O líder do PSD, Rui Rio, defendeu que se a TAP não deve desrespeitar o princípio do equilíbrio territorial e, se quer servir apenas uma região do país, não pode ser o Estado central a injetar dinheiro na empresa.
  • Mário Cruz/Lusa
23 Junho 2020, 19h48

O Partido Social Democrata (PSD) considera que a providência cautelar colocada pela Associação Comercial do Porto à injeção de capital na TAP é resultado de um “erro crasso” da companhia aérea por “olhar apenas para uma região do país”. O líder do PSD, Rui Rio, defendeu que se a TAP não deve desrespeitar o princípio do equilíbrio territorial e, se quer servir apenas uma região do país, não pode ser o Estado central a injetar dinheiro na empresa.

“[A providência cautelar] resulta de erro crasso da TAP que foi olhar para o país com uma visão paroquial e assumir-se como uma empresa regional que só olha para uma região do país, por mais importante que ela seja”, afirmou Rui Rio, à saída de uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, depois de o Supremo Tribunal Administrativo ter aceitado “liminarmente” a providência cautelar, que trava a injeção de capital na TAP.

No entender de Rui Rio, se a TAP “só olha para uma região do país é uma empresa regional” e, por isso, “não pode ser o Estado central a pôr dinheiro numa empresa regional”, mas as câmaras regionais ou agentes locais.

O líder do PSD nota, no entanto, que a providência cautelar tem um efeito suspensivo que pode durar “pouco dias”, mas lembra que, “à partida, o Governo também tem instrumentos para eliminar o efeito suspensivo da providência” sobre a injeção de 1,2 mil milhões de euros do Estado português na TAP.

Rui Rio não acredita que a situação da TAP possa agravar-se nos próximos dias e afirmou que os administradores da TAP só se “podem queixar deles próprios”. O presidente do PSD rejeita ainda que o Estado tenha de injetar dinheiro na companhia para pagar salários. “Está-se a pedir dinheiro dos impostos dos portugueses que não tiveram os cortes que todos os portugueses que estiveram quando as suas empresas tiveram ou ainda estão em lay-off”, frisou.

Rui Rio clarificou ainda que não defende o controlo público da TAP. “Não defendo é o controlo privado da empresa quando é o público que tem de lá pôr dinheiro. O controlo deve ser público porque os acionistas privados não querem pôr na TAP o dinheiro que precisa. Para mim o ideal seria o aumento de capital ser todo feito pelos privados e até o público saia”, esclareceu o líder social-democrata.

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