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PSD pede a reguladores que estejam atentos a OPA sobre a EDP

Líder do grupo parlamentar do PSD considera OPA sobre a EDP uma matéria que “deve correr entre privados” dado que o Estado “já não tem instrumentos diretos de intervenção”. Ainda assim, Fernando Negrão considera que regulador deverá acautelar questões como a garantia de uma concorrência leal.
14 Maio 2018, 12h17

O líder parlamentar do PSD pede às entidades reguladoras que estejam atentas à oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP para acautelar a garantia de uma concorrência leal e “outras questões de procedimentos”.  A reção de Fernando Negrão à oferta dos acionistas chineses da elétrica portuguesa surge depois de o líder do PSD ter recusado comentar, na sexta-feira, a oferta da  China Three Gorges (CTG) que quer obter a maioria do capital da EDP.

“Trata se de uma matéria que corre e deve correr entre privados, onde o Estado já não tem instrumentos diretos de intervenção. O que deve ser acautelado, como as questões de procedimentos, a garantia de uma concorrência leal e outras, deve ser levado a cabo pelos respectivos reguladores que gozam de independência para o efeito”, avançou ao Jornal Económico Fernando Negrão em reacção à OPA voluntária lançada na sexta-feira pela CTG sobre o capital da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros.

Do maior partido da oposição, na sexta-feira, só o presidente do PSD, mas disse apenas que ainda é cedo para fazer qualquer comentário. Em Beja, Rui Rio recusou comentar a possibilidade de os chineses avançarem com uma OPA sobre a EDP.

CDS-PP pede a reguladores para escrutinar processo

Também neste domingo, 13 de maio, o CDS-PP pediu às entidades reguladoras para estarem atentas à OPA sobre a EDP, não comentando, contudo, a operação.

“Há entidades que são reguladores e supervisoras e o que pedimos e esperamos é que estejam atentas e escrutinem todo o processo para que todo o processo decorra nos estritos termos da lei”, afirmou ontem o vice-presidente do partido, Nuno Melo.

O dirigente centrista notou que é “uma empresa que é privada e que tem existência nos mercados”, indicando que, por regra, o partido não comenta estes assuntos. Para Nuno Melo “a questão não é de política, é de mercado. Se uma empresa está no mercado, as regras são as do mercado, não são as da política”.

O vice-presidente do CDS-PP considerou ainda que “o mercado tem de funcionar” e que “a única coisa que o poder político pode exigir é que todos os poderes reguladores e de supervisão estejam atentos e evitem que alguma coisa se possa processar à margem da lei”.

“Estamos atentos em relação a tudo o que tem que ver, desde logo, com empresas que são fundamentais e estratégica para Portugal”, acrescentou.

A CTG lançou, na sexta-feira, uma OPA voluntária sobre o capital da EDP, oferecendo uma contrapartida de 3,26 euros por cada acção, o que representa um prémio de 4,82% face ao valor de mercado e avalia a empresa em cerca de 11,9 mil milhões de euros. Os accionistas chineses já revelaram que pretende, manter a empresa com sede em Portugal e cotada na bolsa de Lisboa.

Caso a OPA sobre a EDP tenha sucesso, a China Three Gorges avançará com uma oferta pública obrigatória sobre 100% do capital social da EDP Renováveis, a 7,33 euros por acção, um preço abaixo do valor da última cotação (7,85 euros).

O grupo chinês afirma, no anúncio preliminar da operação, que só lançará a OPA sobre a EDP se o Governo português não se opuser à operação.

A este respeito, o primeiro-ministro, António Costa, já sinalizou não ter “nenhuma reserva a opor” a que o grupo chinês realize a OPA sobre a EDP.

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