O Partido Social Democrata (PSD) quer uma reflexão sobre a nova fase desconfinamento, prevista para 1 de junho, devido à “situação crítica” em Lisboa e Vale do Tejo. O deputado do PSD Ricardo Baptista Leite admite a possibilidade de uma reabertura da economia “a duas velocidades” e diz que é essencial evitar grandes concentrações em Lisboa e Vale do Tejo, onde o número de novas infeções continua a aumentar.
“O PSD acompanhou esta reunião com natural atenção e preocupação com a situação de Lisboa e Vale do Tejo”, afirmou o deputado do PSD, à saída da sétima reunião que juntou especialistas e representantes políticos no Infarmed sobre a situação epidemiológica em Portugal. “O que vimos é que, além do aumento de casos de infeção, Lisboa e Vale do Tejo é a única região do país onde não se verifica uma descida contínua do número de óbitos”.
Ricardo Batista Leite referiu que, no caso de Lisboa e Vale do Tejo, “há uma ligeira inversão da curva” e é esperado, com base naquilo que dizem os peritos, que “possa haver, nos próximos dias, um aumento do número de internamentos e do doentes em cuidados intensivos”. “Esta é uma matéria que exige uma vigilância epidemiológica muito forte na região de Lisboa e Vale do Tejo”, sublinhou.
Entre os concelhos onde esse foco é mais relevante estão a Amadora, Loures, Odivelas, Barreiro e a Azambuja.
“Neste momento, a vigilância epidemiológica é de fundamental importância, assim como eventualmente, para esta região ou, pelo menos, para alguns concelhos, considerar-se um atrasar das medidas previstas para 1 de junho. É algo que tem de ser debatido e foi assumido por parte do Governo, de que essa reflexão será feita antes do Conselho de Ministros de amanhã”, disse.
Para 1 de junho está prevista a reabertura de lojas com área superior a 400 metros quadrados ou inseridas em centros comerciais, a reabertura de creches, ensino pré-escolar e ATLs, cinemas, teatros, auditórios, salas de espetáculos bem como o teletrabalho parcial, com horários desfasados ou equipas em espelho.
O deputado social-democrata chamou ainda a atenção para o facto de os dados pormenorizados continuarem a “não ser disponibilizados no site da DGS [Direção Geral de Saúde] nem ao público em geral e aos partidos políticos neste momento” e para o esgotamento de alguns dos profissionais de saúde devido às horas extra devido à Covid-19.
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