PSD pediu demissão do ministro da Saúde. Rui Rio nem por isso

Em pleno Parlamento, o deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite, pediu a demissão do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, uma vez que, disse, aquele responsável era uma inexistência, num ministério que tinha sido “tomado de assalto” pelo ministro das Finanças, Mário Centeno.

Baptista Leite referia-se ao facto de as alterações ao nível do setor da saúde na cidade do Porto estarem a ser debatidas e decididas pelo Ministério das Finanças e não pelo da Saúde.

Mais tarde, instado a comentar o pedido de demissão, Rui Rio, presidente do PSD, não só não pediu demissão nenhuma, como afirmou mesmo que o grupo parlamentar não tinha feito semelhante coisa. As palavras de Baptista Leite parecem bastante claras – o que, desde logo, parece indiciar alguma descoordenação entre o líder do partido e o seu grupo parlamentar – mas Rio desdramatizou o que quer que se tenha passado no Parlamento.

Em Beja, o líder do PSD afirmou que as demissões de ministros “dependem do primeiro-ministro”, e que, apesar de estar ciente de que a oposição pode pedir as demissões que quiser, quando quiser, afirmou que esse “não é propriamente o meu estilo”.

Rio afirmou que “acho que o Governo tem de fazer uma reflexão” para “ver o que é que pode fazer no quadro da gestão do Ministério da Saúde em Portugal”, envolvendo todos os ministérios. “Não é fácil”, dada a complexidade da área em questão, adiantou.

O líder social-democrata disse mesmo que não assistiu ao debate, mas, pelo que lhe contaram, “o que se passou não foi nenhum pedido de demissão”. “Aquilo que me dizem do debate foi que os deputados do PSD perguntarem ao ministro da Saúde se ele não quer reequacionar a sua posição, inclusive no Governo, face ao facto de estar a dividir a gestão do Ministério, na prática, com o ministro das Finanças”, argumentou.

Também o vice-presidente da bancada do PSD, Adão Silva, defendeu que o partido não pediu a demissão do ministro da Saúde, mas apenas a sugeriu, afirmando que a bancada e a direção sociais-democratas “estão plenamente sincronizadas” nesta matéria.