[weglot_switcher]

PSI 20 acompanha congéneres europeias e abre a negociar em alta. BCP ganha mais de 3%

Principal índice bolsista português valoriza 1,11%, para 4.002,14 pontos, em linha com as principais praças europeias.
15 Maio 2020, 08h07

O principal índice bolsista português iniciou a sessão desta sexta-feira, 15 de maio, a valorizar 1,11%, para 4.002,14 pontos, em linha com as principais praças europeias. No PSI 20, todas as 18 empresas cotadas negoceiam em terreno positivo, mas são os títulos do Banco Comercial Português (BCP) que mais se destacam. O BCP ganha 3,04%, para 0,088 euros.

O banco liderado por Miguel Maya esboça uma recuperação do tombo da sessão de quinta-feira, quando afundou 3,83%, para 0,085 euros.

O BCP tem enfrentado uma forte pressão, depois de o CaixaBank/BPI ter cortado o preço-alvo das ações da cotada para 0,11 euros por cada título, devido ao impacto económico da pandemia da Covid-19. A instituição bancária só vai apresentar resultados na próxima semana, quando já se sabe que a unidade polaca, o Bank Millennium, registou um tombo de 89% nos lucros do primeiro trimestre de 2020.

Os ganhos dos títulos da Corticeira Amorim (4%), da Ibersol (3,63%), da Pharol (3,23%), da Mota-Engil (2,77%) e dos CTT (2,06%), também estão entre os que mais valorizam. Entre estas, destaque para a Corticeira Amorim, que ontem, após o fecho da sessão, reportou um crescimento de 6,8% no lucro líquido, para 19,9 milhões de euros, no primeiro trimestre de 2020.

A empresa liderada por António Rios de Amorim há duas décadas explicou que o impacto do surto epidemiológico nas contas da Corticeira “deverá ser mais vísivel” no segundo trimestre, esperando-se, consequentemente, uma recuperação no terceiro trimestre do ano.

Os títulos da Jerónimo Martins também se destacam, depois de a retalhista dona do Pingo Doce ter afundado 10,92%, para 13,99 na sessão de quinta-feira. No arranque da sessão desta sexta-feira, a empresa liderada por Pedro Soares dos Santos ganha 0,11%, para 14 euros.

O tombo da sessão de ontem foi registado depois de a Jerónimo Martins ter anunciado que os lucros no primeiro trimestre caíram 43,8%, para 35 milhões de euros, e de ter cortado em 40% o dividendo a distribuir pelos acionistas devido aos efeitos do novo coronavírus. A pressão vendedora foi agravada depois de o banco de investimento Jefferies ter cortado o preço-alvo das ações da retalhista para 17,50 euros, um valor abaixo dos 19,40 euros estimados.

Esta sexta-feira, é conhecia a primeira estimativa do PIB português durante o primeiro trimestre de 2020, o que poderá influenciar o rumo das negociações na bolsa nacional. De acordo com os analistas do BPI, até ao momento, todas as economias europeias já divulgaram os dados do PIB, ficando “bastante aquém das previsões”.

Quanto a Portugal, os analistas do BPI preveem uma contração trimestral da economia de 2%. “De facto, até à primeira semana de março, assistimos a uma dinâmica muito robusta, mas perante o atual contexto de pandemia, o ritmo de queda do volume negócios na indústria acentuou-se em março e os efeitos da Covid-19 vão surgindo no mercado de trabalho, tendo sido registada a primeira queda da população empregada desde o terceiro trimestre de 2013”, apontam.

Entre as congéneres europeias a tendência é igualmente otimista, num dia em que os investidores receberam dados, em parte, animadores da China: a produção industrial aumentou em abril, registando uma subida de 3,9% comparando com igual período de 2019, o que representa uma recuperação face à  queda de 1,1% em março.

Desta forma, pela primeira vez desde que a pandemia da Covid-19 “chegou”, a China regista um aumento da produção industrial, ainda que as vendas do retalho tenham caído acima do previsto. As vendas a retalho caíram 7,5%, acima dos 6% que se previstos, e a taxa de desemprego subiu para 6%, quando em março tinha ascendido aos 5,9%.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.