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PSI 20 afunda 4% influenciado pela conjuntura internacional

Bolsa portuguesa acompanha as principais praças europeias. Sete empresas cotadas caem mais de 5%. BCP tomba mais de 9% e a Pharol afunda mais de 24%. Entre as principais bolsas europeias o sentimento é de que o impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) é cada vez mais acentuada.
16 Março 2020, 08h13

O principal índice bolsista português (PSI 20) tomba 4,09%, para 3.679,97 pontos, em linha com as principais praças europeias esta segunda-feira, 16 de março. Todas as empresas cotadas caem e sete desvalorizam mais de 5%.

“A bolsa nacional continuará a depender exclusivamente da evolução da conjuntura internacional”, apontam os analistas do BPI. Contudo, os mesmos analistas indicam que haverá fatores “mais fundamentais” a acompanhar pelos investidores, que “deverão reconquistar a sua importância quando a configuração bolsista normalizar”.

Numa altura em que o estado de emergência em Portugal é uma possibilidade, a bolsa portuguesa é sobretudo penalizada pelas quebras dos títulos da Pharol (-24,48%), do BCP (-9,17%), da NOS (-6,79%), da Mota-Engil (-6%) e da Galp (-5,25%).

Entre estas empresas cotadas, destaque para a Galp, cujo presidente executivo, Carlos Gomes da Silva, informou o mercado de ter adquirido 7,5 mil ações por 8,64 euros cada, passando a deter 9,9 mil títulos da petrolífera.

O setor da pasta e do papel também apresenta desvalorizações significativas. A Altri perde 4,30%, para 3,29 euros, a Navigator tomba 5,59%, para 1,95 euros, e a Semapa recua 3,98%, para 8,69 euros.

Entre estas, destaque para a Altri, que na sexta-feira, 13 de março, apresentou os resultados relativos ao quarto trimestre de 2019. A empresa informou que “em termos operacionais, o quarto trimestre de 2019 ficou marcado por uma tendência de redução dos preços de venda, quer em dólares, quer em euros”. Os lucros caíram 48%, para 100 milhões de euros, e as vendas atingiram os 171.3 milhões de euros, o que representa um decréscimo de 14.8% face ao mesmo período do ano anterior.

Os CTT – Correios de Portugal também se destacam esta segunda-feira. A operadora postal apresenta resultados depois do fecho da sessão bolsista, sendo que segundos os analistas que acompanham a empresa, os CTT poderão apresentar lucros de 32,3 milhões de euros. Os títulos dos Correios quebram 4,83%, para 1,83 euros.

Entre as principais praças europeias, o sentimento dos investidores é de que o impacto da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) é cada vez mais acentuada. Exemplo disso foi o que a Reserva Federal norte-americana decidiu no domingo, depois de avisar que o crescimento no primeiro semestre de 2020 será fraco: o banco central dos EUA cortou novamente as taxas de juro diretoras, desta vez em cem pontos base, para um intervalo entre 0% e 0,25%, e reforçou os estímulos à economia com compras adicionais de obrigações e benesses à banca, além de antecipar a reunião de política monetária para esta segunda-feira.

Também esta segunda-feira, os líderes do G7  (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, EUA) vão reunir, em videoconferência, para encontrar uma resposta ao Covid-19. “Uma ação conjunta e concreta por parte do grupo poderia melhorar significativamente o sentimento nos mercados”, indicou o analista da corretora XTB, André Pires. A videoconferência do G7 está marcada paras 14h00.

Ainda hoje, também os ministros das Finanças da zona euro reúnem-se sob a liderança de Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, para uma videoconferência com o mesmo tema.

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