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PSI 20 entra em 2019 com o “pé esquerdo”

O setor energético é dos que mais desvaloriza, com perdas na ordem dos 2%. As principais bolsas europeias também se mostram em baixa no primeiro dia de negociação do novo ano.
2 Janeiro 2019, 09h02

Apesar de ter terminado 2018 otimista, o champanhe e as passas não estiveram no ponto para a praça lisboeta. A bolsa de Lisboa abriu a sessão desta quarta-feira em terreno negativo, com o seu principal índice, o PSI20, a cair 0,77% para os 4.695,08 pontos. Por volta das 08:50, o índice bolsista português mantinha-se a cair (-1,52%, para 4.659,53 pontos), pressionada pelo contexto europeu e pela desaceleração da indústria chinesa, que abalou a confiança dos investidores.

O setor energético é dos que mais desvaloriza, com perdas na ordem dos 2%. A EDP – Energias de Portugal, a EDP Renováveis, a REN – Redes Energéticas Nacionais e a Galp Energia recuam 2,07% (2,99 euros), 1,03 (7,70 euros), 0,25% (2,43 euros) e 2,28%, respetivamente. As quedas surgem numa alturas em que o preço do barril de brent está a cair 1,47%, para os 53 dólares.

As empresas da pasta e do papel Altri (-0,17%) e Navigator (-1,44%) e as retalhistas Sonae (-1,05%) e Jerónimo Martins (-2,03%) também abalam a praça lisboeta. A ‘vermelho’ estão ainda os títulos do BCP, que desliza 1,61%, para 0,23 euros. Já a Pharol e F. Ramada destacam-se pela positiva, em contraciclo, com ganhos de 1,10% (0,17 euros) e 1,33% (7,60 euros), pela mesma ordem.

As principais bolsas europeias também se mostram em baixa no primeiro dia de negociação do novo ano. “O índice francês é um dos mais castigados (futuro sobre o índice CAC 40 perde cerca de 2%) numa altura em que as polls da popularidade de Macron atingiram novo mínimo em dezembro (25% vs. 28% em novembro e 47% em mês homólogo)”, refere Ramiro Loureiro, numa nota de mercado publicada esta manhã.

O trader do Millennium bcp destaca ainda que, “com poucas notícias empresariais para digerir, atenções voltadas para a contração da atividade industrial na China, trazendo dúvidas quanto ao outlook económico”. “Donald Trump convidou os líderes do Congresso para uma reunião, sinais que está disposto a resolver o tema do shutdown”, acrescenta.

“Os sinais preocupantes vindos da economia chinesa deverão pesar sobre o início do ano bolsista europeu. Não obstante este início, o curso dos mercados bolsistas europeus deverá continuar a ser traçado pela tendência de Wall Street”, antecipam, por sua vez, os analistas do CaixaBank/BPI Research.

No habitual Diário de Bolsa, estes peritos referem que, em linhas gerais, este foi um dos padrões que caracterizou 2018. “Os acontecimentos exclusivamente europeus como o Brexit e o duelo entre a Itália e a Comissão Europeia limitaram a capacidade das ações americanas, nos momentos positivos, de impulsionarem os seus pares europeus, mas não a impediram”, explicam.

Na segunda-feira, o PSI20 pôs fim a 2018 em terreno positivo, tendo encerrado a sessão (mais curta nesse dia) com uma valorização de 1,81%, para 4.731,47 pontos. No entanto, no acumulado do ano passado registou uma queda de 12,19%.

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