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PSI 20 prolonga perdas em linha com Europa, quando tensões entre EUA e China aumentam

“As bolsas europeias perdem algum fulgor desde a abertura e negoceiam agora em baixa ligeira”, comenta o Mtrader do Millennium BCP, Ramiro Loureiro.
7 Agosto 2020, 13h07

O principal índice bolsista português (PSI 20) iniciou a sessão a perder 0,17%, para 4.370,90 pontos, esta sexta-feira, 7 de agosto, em linha com as principais praças europeias. A tensão comercial entre Estados Unidos e China continua a marcou a manhã de hoje nos mercados bolsistas europeus.

“As bolsas europeias perdem algum fulgor desde a abertura e negoceiam agora em baixa ligeira”, comenta o Mtrader do Millennium BCP, Ramiro Loureiro.

Os investidores continuam receosos com as notícias que chegam dos Estados Unidos. Primeiro, as relações comerciais entre Washington e Pequim continuam tensas, devido à postura da Casa Branca com empresas de origem chinesa. Depois de se saber que a Microsoft estava a negociar a compra da operação norte-americana da rede social Tiko Tok, o presidente dos EUA, Donald Trump prometeu banir a rede social chinesa no dia 15 de setembro, bem como outras operações de redes sociais chinesas presentes nos EUA.

Ontem, Trump foi mais longe e anunciou a proibição de transações de empresas norte-americanas com a ByteDance, que detém a rede social Tik Tok, e a Tencent, que controla a rede social WeChat (idêntica ao WhatsApp).

Além das questões comerciais com a China, os investidores continuam na expetativa de saber se a administração Trump terá, em breve, um novo pacote de estímulos para a economia norte-americana.

A esta conjuntura acrescem dados macroeconómicos. Na Alemanha, foram revelados dados da balança comercial, com as exportações a ficar acima do previsto, enquanto as importações ficaram aquém da estimativa dos analistas, segundo Ramiro Loureiro. Assim, as exportações aumentaram 14,9% em junho face ao mês anterior, acima dos 14,4% antecipados. Já as importações subiram apenas 7% face a maio, um crescimento menor que o estimado (10,6%).

“O crescimento das exportações a um ritmo superior ao das importações fez com que o saldo da balança comercial germânica tivesse passado de 6,5 mil milhões euros, em maio, para 22,4 mil milhões de euros, em junho, acima do previsto pelos analistas (15 mil milhões euros)”, comentou Ramiro Loureiro.

Dados da produção industrial alemã também foram dados a conhecer hoje. Face ao mês de maio houve um aumento de 8,9%, acima dos 8,2% esperados pelo mercado. E, em termos homólogos, registou-se uma queda homóloga de 11,7% em junho, “ligeiramente acima do antecipado pelos analistas (estimavam contração de 11,4%)”, acrescentou o analista Ramiro Loureiro.

Na China, em pleno clima de tensão com os EUA, foi divulgado um aumento homólogo de 7,2% nas exportações em julho, “de forma inesperada, já que o mercado antecipava uma queda de 0,6%”. Já as importações recuaram 1,4%, quando se apontava para um aumento de 0,9%.

Do Japão chegam indicações de que o outlook da economia nipínica melhorou. O leading index de junho, indicador que traduz as perspetivas para os próximos meses, subiu de 78,4 para 85. Já o indicador coincident index, que mede a confiança na situação atual, passou de 73,4 para 76,4.

Em Portugal, o PSI 20 é penalizado pelas quebras da Galp (-0,95%), EDP (-0,39), Mota-Engil (-0,80%), NOS (-0,92%), Pharol (-1,21%) e Semapa (-0,75%).

Entre estas, destaque para a EDP que vai apresentar os resultados do aumento de capital da empresa esta sexta-feira.

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