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PSI 20 recua no fecho da sessão, apesar do máximo histórico da EDP Renováveis

A praça lisboeta desvalorizou 0,10%, para 5.677,81.
  • Benoit Tessier / Reuters
14 Junho 2018, 17h14

A bolsa portuguesa encerrou a sessão desta quinta-feira a negociar no “vermelho”. O principal índice bolsista nacional, o PSI, desvalorizou 0,10%, para 5.677,81 pontos, enquanto as principais praças europeias fecharam em alta, depois da conferência de imprensa do presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi.

“Os principais índices de ações europeus saíram do território negativo matinal e encerraram em franco otimismo”, considerou Ramiro Loureiro, MTrader do Milliennium BCP.

O PSI 20 fechou com oito cotadas em alta, uma inalterada e nove em queda. A EDP Renováveis foi a cotada que mais se destacou: cresceu 2,26%, para os 8,355 euros, o valor mais elevado desde que a energética entrou na bolsa, em 2008.

A performance da cotada deveu-se ao BPI ter avaliado a EDP Renováveis 25% acima do valor da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da China Three Gorges. A avaliação do banco portugues estipulou um “target” de 9,15 euros, mais 13% do que a anterior avaliação.

Ainda assim, a EDP Renováveis, juntamente com os ganhos da NOS e CTT, não impediu a desvalorização da bolsa nacional, pressionada pelas papeleiras. Altri (-1,70%), Semapa (-1,65%) e Navigator (-2,76%) fecharam em baixa.

O setor ficou exposto aos receios dos investidores, após a mesma nota do BPI ter considerado que a cotação da Altri “não tem suporte”. E embora tenha melhorado o preço-alvo da cotada, o banco passou a recomendação da empresa de “neutral” para “underperform”. A avaliação impactou em todo o sector.

No resto da Europa, os mercados reagiram positivamente à conferência de Mario Draghi, presidente do BCE, que fez saber que ocorrerá uma diminuição do programa de compras a partir de Setembro e acabar definitivamente com os estímulos em dezembro.

Mario Draghi assegurou que as taxas de juro deverão manter-se inalteradas até ao verão de 2019, um dia depois de a Fed ter aumentado pela segunda vez os juros este ano e ter sinalizado mais duas subidas em 2018.

O alemão DAX avançou 1,68%, o britânico FTSE 100 cresceu 0,83%, o francês CAC 40 aumentou 1,39%, o holandês AEX valorizou 0,64%, o espanhol IBEX 35 somou 0,59% e o italiano FTSE MIB ganhou 1,22%.

Até à comunicação do BCE sobre o fim do do programa de compra de ativos a Europa esteve “no vermelho”.

“A revelação do BCE, de que o programa de compra de ativos se manterá até ao final de 2018 [estava previsto acabar em setembro], bem como a de que as taxas de juro se vão permanecer em mínimos históricos pelo menos mais um ano, acabou por animar os investidores”, explicou o analista.

E, por isso, “sem juros nos tradicionais produtos sem risco, como os depósitos a prazo, é natural que os investidores procurem ativos com maior retorno potencial, predispondo-se a correr maiores riscos, um comportamento que favorece os mercados de ações”, concluiu Ramiro Loureiro.

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