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PSI fecha novembro com a primeira diminuição mensal de 2025

No final de  Novembro existiam cinco cotadas do PSI alvo de short selling com vendas a descoberto relevantes declaradas (superiores a 0,5% do capital social).. Eram elas a Mota-Engil (2,36%), a NOS (1,19%), o BCP (1,1%), a Galp (1,39%) e a Altri (0,6%), cujas posições foram constituídas maioritariamente nos meses de Outubro e Novembro deste ano.
Kai Pfaffenbach/Reuters
2 Dezembro 2025, 17h04

O PSI terminou o mês de Novembro com o valor de 8.110,7 pontos, o que representa uma diminuição mensal de -3,75%. Este comportamento do PSI ocorre em contraciclo com o ligeiro crescimento do mercado global.

A análise é da Maxyield que acrescenta que por outro lado, “esta evolução interrompe a serie de crescimentos mensais consecutivos do PSI, observados desde o inicio de 2025”.

Assim, “os sucessivos aumentos mensais ocorridos nos primeiros dez meses do ano, não tiveram continuidade em Novembro, sendo que esta correção das cotações não significa uma inversão da sua trajetória positiva, mas também não esconde sinais de esgotamento do atual ciclo de crescimento”, acrescenta a associação de pequenos acionistas.

A banda de variação mensal do PSI oscila entre a subida de 7,3% do BCP e a queda de 20,9% da Mota-Engil.

No mesmo mês verifica-se que apenas quatro sociedades cotadas do PSI apresentam uma subida e 12 sofreram uma queda.

O ranking mensal das cotadas com aumento de valor no mês de novembro é composto pelo BCP (7,3%), pela Sonae SGPS (5%), pela REN (1,5%) e pela Navigator (1,2%).

As sociedades com redução de valor foram a Mota-Engil (-20,9%), a EDP (-10,8%), a EDP Renováveis (-9,5%), a J. Martins (-8,5%), a Corticeira Amorim (-7,6%), a Altri (-7,3%), a Semapa (-6,9%), os CTT (-6,6%), Teixeira e Duarte (-2,9%), a NOS (-2%), a Ibersol (-0,5%) e a Galp (-0,2%).

A Maxyield classifica a performance do PSI em Novembro de “trajetória tendencialmente decrescente com forte volatilidade e natureza errática”. Pois, “após a  quebra ocorrida no inicio do mês com a forte redução das cotações do universo EDP, seguiu-se um ligeira recuperação do PSI, interrompida pelo contágio do sell off ocorrido no mercado internacional na terceira semana de Novembro, sendo que o índice nacional não teve energia e força para acompanhar o processo de recuperação dos mercados no final do mês”, acrescenta.

“Este comportamento do PSI corresponde ao termo do rally bolsista dos últimos meses, mas não representa o fim do atual ciclo de mercado, caracterizado por um  bull market  com a duração de 5 anos”, diz a associação.

O nível de suporte das cotações em torno de 8.200 pontos foi quebrado, tendo o PSI regressado à sua anterior faixa de variação correspondente ao intervalo [7.790 pontos  –  8.200 pontos]. “O limite superior deste intervalo passa a constituir o novo nível de resistência, que se encontra ligeiramente acima do valor final do PSI no final de Novembro, que nos reporta para níveis de há 15 anos”, refere.

Cinco cotadas alvo de short selling

No final de  Novembro existiam cinco cotadas do PSI alvo de short selling com vendas a descoberto relevantes declaradas (superiores a 0,5% do capital social). A Maxyield diz que foi de um quantidade que “não é vulgar no mesmo momento temporal”.

As situações atuais de venda a descoberto em percentagem do capital social envolvem  a Mota-Engil (2,36%), a NOS (1,19%), o BCP (1,1%), a Galp (1,39%) e a Altri (0,6%), cujas posições foram constituídas maioritariamente nos meses de Outubro e Novembro deste ano.

A Navigator que se encontrava nesta situação em Outubro, saiu no mês de Novembro da relação de posições tomadas a descoberto sujeitas a declaração, explica a associação.

Evolução do PSI no acumulado dos 11 meses

A  evolução do PSI no acumulado dos 11 meses revela um aumento de 27,2%.

Desde o início do ano “assiste-se a uma trajetória tendencialmente crescente, com forte interrupção no inicio do mês de Abril, por ocasião do anuncio das tarifas recíprocas pela Aministração dos EUA e um pico anual no final de Outubro em torno de 8.450 pontos que nos reporta para o inicio de 2010, sendo que o mês de Novembro interrompeu a serie de crescimentos mensais consecutivos desde o inicio do ano”, refere a Maxyield.

A banda de variação anual é bastante ampla, oscilando entre  a subida de 755,7% da Teixeira e Duarte e a queda de 16,4% da Corticeira Amorim, sendo que 13 títulos apresentam uma variação positiva e três sociedades sofreram quebras de valor.

As sociedades com variação positiva desde 31 de dezembro de 2024 até ao fim de Novembro foram a Teixeira e Duarte (755,7%), o BCP (76,8%),  a Mota-Engil (62,9%), a Sonae (62,4%), a REN (45,4%),  a Ibersol (34,4%), os CTT (30,6%), a EDP (24,4%),  a Semapa (18,9%), a EDP Renováveis (14,2%), a J. Martins (10,8%), a NOS (10,7%) e a Galp (8,9%).

As três sociedades com quebra da cotação foram a Corticeira Amorim (-16,4%),  a Navigator (-15,3%) e a Altri (-14,4%).

A avaliação das cotações do universo PSI, através do seu PER (relação entre a cotação e o lucro por ação), apesar de redução em Novembro, continua a apresentar-se tendencialmente elevada, face a importantes índices internacionais de referência, diz a Maxyield.

O elevado ritmo de crescimento anual do PSI e a quebra dos resultados acumulados deste universo empresarial no 3º trimestre do ano, estão a provocar um aumento do PER, susceptível de gerar  uma situação de sobreaquecimento e efeito de bolha, alerta a associação liderada por Carlos Rodrigues.

Já o PER do mercado norte americano não sofreu em Novembro modificação significativa.

A nível europeu a Alemanha e Itália apresentam redução do PER em Novembro, sendo que a nível do Reino Unido, França e Espanha se observa um ligeiro crescimento.

“Globalmente, no mercado português, os preços atuais apresentam-se tendencialmente  caros e a nível elevado, razão pela qual despertou o interesse do short selling”, diz a Maxyield.

“Esta questão merece particular atenção relativamente à evolução dos preços na bolsa nacional nos próximos 12 meses e comportamento da envolvente contextual, pois após um ciclo de subida das cotações ocorre o seu oposto, sendo que elas sobem pela escada e descem pelo elevador”, destaca a associação de pequenos acionistas que acrescenta que “a atual fase de crescimento bolsista do PSI tem a duração de 5 anos, escapou ao bear market global de 2022 e ao bear market dos EUA de Abril  de 2025, sendo que a ultima década nos habituou a ciclos bolsistas com a duração de 2 anos, alguns dos quais exclusivos do mercado português”.

“A festa continua, mas o seu fim poderá estar próximo, em linha com o esgotamento do atual ciclo de descida das taxas de juro, exigindo rigor e cautela na gestão das carteiras”, defende a Maxyield.

Evolução do PSI Geral

Genericamente, o segundo mercado é constituído pelas small caps, uma classe de empresas de capital aberto negociadas em bolsa, que possuem um baixo nível de free float e em Novembro, a Grão-Pará saíu da negociação neste mercado (tinha entrado na bolsa em Julho de 1984), após ter sido declarada insolvente no mês de Setembro deste ano.

O PSI Geral passou a englobar o PSI e 15 sociedades cotadas no 2º mercado, que representam sensivelmente 3% da capitalização bolsista do PSI.

A Maxyield destaca que o segundo mercado tem vindo a diminuir de importância, tendo perdido 6 sociedades desde 2024 (Grão-Pará, Inapa, Lisgráfica, Reditus e Cofina) que deixaram o mercado regulamentado, assim como a Teixeira e Duarte que passou em Agosto passado para o PSI.

O PSI Geral no mês de Novembro sofreu uma diminuição mensal de -4,7% e apresenta um crescimento anual de 28,3%. A Sonaecom com uma capitalização bolsista superior a algumas sociedades do PSI, apresenta uma forte valorização anual em torno de 31,9%.

A Novabase, que já integrou o PSI e com capitalização bolsista de destaque no 2º mercado, apresenta um forte aumento anual (49,2%).

A Martifer, com uma capitalização bolsista superior a 100  milhões, apresentou uma cotação de fecho mensal de 2,39 euros e um aumento anual anual de 37%, tendo sido objeto de OPA em 5 de Agosto pela Visabeira Indústria SGPS pelo valor de 2,057 euros por ação, o qual é inferior aos valores transacionados desde o mês de Maio.

Depois a Toyota Caetano e a Ramada, também com uma capitalização bolsista superior a 100 milhões, apresentam uma performance anual positiva.

Já a Média Capital e a Impresa apresentam diminuições mensais na cotação e desempenhos desde o inicio do ano positivos, sendo de destacar o forte crescimento em Setembro da Impresa resultante das perspetivas de alteração qualitativa da estrutura acionista através da alienação de parte da participação da família Balsemão.

Todas as SAD apresentam uma evolução anual positiva, destacando-se a robusta performance da Porto SAD e da Benfica SAD.

“Apesar do fraco desempenho mensal, destacamos ainda a robusta evolução anual da Glint e da Pharol”, refere a Maxyield que acrescenta que a Vista Alegre e a Flexdeal encontram-se sensivelmente ao nível da linha de água, face ao inicio do ano.

“Uma referência final, para o desempenho mensal e anual negativo da Estoril Sol”, conclui.

No que toca ao mercado global, o índice Morgan Stanley Capital International, conhecido por MSCI World, registou em Novembro um crescimento mensal de 0,2% e apresenta uma evolução acumulada de 18,6% desde o início do ano.

A Maxyield destaca que o mercado europeu apresenta em Novembro uma performance global positiva e que os índices norte americanos, asiáticos e europeus atingem no final de Novembro valores inferiores aos máximos históricos.

Nos EUA, o S&P 500 composto pelas maiores 500 sociedades cotadas na NYSE, apresenta em Novembro  um crescimento mensal de 0,1% e uma evolução acumulada positiva  de 16,4% nos 11 meses. Já o índice tecnológico NASDAQ apresenta uma diminuição mensal de -1,5% e um aumento de 21% até ao fim do mês passado.

“As ações tecnológicas vêm sofrendo uma evolução errática e volátil, com diversas sessões de sell-off, provocadas por interrogações a nível da inteligência artificial,  designadamente receios de bolha bolsista,  fortes exigências de Capex e aquecimento das cotações”, refere a Maxyield.


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