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Público interrompe ópera em Madrid por falta de distanciamento social

O Teatro Real anunciou em comunicado que vai abrir uma investigação “para esclarecer este lamentável incidente”. O Coliseu de Madrid foi a primeira ópera a nível mundial a reabrir após o confinamento provocado pelo coronavírus.
21 Setembro 2020, 10h40

A reabertura dos espetáculos culturais não correu da melhor forma em Madrid depois de no domingo uma ópera ter sido interrompida devido à falta de distanciamento social nas bancadas para o público. Segundo conta o jornal “El País”, esta segunda-feira, 21 de setembro, num dos pisos superiores, onde os lugares são mais baratos, existiam até 15 lugares seguidos ocupados.

O Teatro Real levou a palco a ópera de Verdi intitulada “Um baile de máscaras”, espetáculo com que o Coliseu de Madrid resolveu reabrir os eventos culturais após o confinamento provocado pelo coronavírus.

No entanto, quando alguns membros da orquestra, bem como o maestro começaram a entoar os primeiros acordes, as manifestações de descontentamento vindas da plateia levaram a direção do teatro a anunciar o adiamento do espetáculo e a devolução do valor do bilhete.

No entanto, nem só nos lugares mais baratos se verificou a ausência de distanciamento social. Um espetador presente nas primeiras filas da arquibancada contou ao “El País” que também não havia separação de cadeiras nessa zona. “A fila toda estava ocupada, não havia espaço livre, éramos como piolhos. E esta é a área mais cara do teatro”.

De acordo com um comunicado do Teatro Real, o maestro fez duas tentativas para continuar o espetáculo, mas “um grupo muito pequeno insistiu em continuar com os seus protestos de boicote ao espetáculo, que teve de ser suspenso por volta das 21h10”.

Os regulamentos da Comunidade de Madrid permitem uma lotação até 75%, valor que na prática não permite estabelecer uma distância de segurança entre todos os espetadores. O diretor geral do Teatro Real, Ignacio García-Belenguer, referiu na conferência de imprensa de apresentação da produção, que o coliseu decidiu não vender mais de 65% para que o público estivesse mais seguro.

O Teatro Real anunciou em comunicado que vai abrir uma investigação “para esclarecer este lamentável incidente e que tomará as medidas necessárias para que as funções sucessivas se desenvolvam normalmente”.

 

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