[weglot_switcher]

Putin convida Joe Biden para uma cimeira em “terreno neutro”

As relações entre os dois países estão no seu nível mais baixo desde que, em 2014, a Rússia anexou a Crimeia. Perante a perspetiva do envio de navios norte-americanos para o Mar negro, Moscovo propõe a via do diálogo.
15 Abril 2021, 18h50

O presidente da Rússia, Vladimir Purin, convidou esta semana – numa conversa telefónica – o seu homólogo norte-americano para uma “cimeira em terreno neutro” para em conjunto aliviarem as tensões que têm crescido desde que Moscovo e Washington entraram em rota de colisão.

O mal-estar entre as duas capitais aumentou depois de se tornarem conhecidos ciberataques e ingerências nas eleições presidenciais de 2020 atribuídas por Washington a Moscovo – que motivaram novas sanções da parte dos Estados Unidos contra interesses russos e a expulsão de 10 diplomatas da Embaixada russa em território norte-americano.

O convite deu-se – e este parece ser a questão principal – depois de a Turquia ter dado a conhecer que os Estados Unidos vão enviar (em princípio esta sexta-feira) dois navios de guerra para as águas do Mar Negro, que a Rússia usa cada vez mais como uma espécie de lago nacional. Em causa está a questão ucraniana – ‘adormecida’ durante a presidência de Donadl Trump – na qual os Estados Unidos contestas veementemente a anexação da Crimeia e o apoio aos insurgentes pró-russos instalados no leste da antiga república soviética.

Desde essa altura, 2014, as relações entre os dois países começaram a entrar numa fase de atrito constante. Tudo piorou, pelo menos do ponto de vista dos democratas norte-americanos, quando surgiram suspeitas de que ciberataques oriundos da Rússia ajudaram o republicano Donald Trump a vencer a sua adversária, a ex-primeira-dama Hillary Clinton. Já como presidente, Joe Biden aumento a tensão ao afirmar – para espanto de vários analistas – que Putin era “um assassino”, devido ao caso de mais uma eventual tentativa de Moscovo de calar um dissidente incómodo, Alexei Nalvany.

Entretanto, o Kremlin disse que as sanções dos Estados Unidos não “ajudarão” nem à possível realização da cimeira nem sequer ao desanuviamento das relações entre os dois países. “O que está a ser discutido atualmente, as sanções, não ajudará de forma alguma à realização de tal reunião. Isso é inequívoco”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela comunicação social.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.