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Qualidade do ar melhorou na Europa. Mortes prematuras em Portugal devido à poluição abaixo da média europeia

A melhoria da qualidade do ar conduziu a uma redução significativa das mortes prematuras na Europa ao longo da última década. No entanto, os últimos dados oficiais da Agência Europeia do Ambiente mostram que quase todos os europeus continuam a estar expostos a poluição atmosférica, que provoca cerca de 400 mil mortes prematuras em todo o continente, sendo que Portugal conta com quase 10 mil mortes prematuras ligadas à poluição do ar.
23 Novembro 2020, 14h45

Portugal somou quase 10 mil mortes prematuras ligadas à poluição do ar na última década, um valor inferior à média Europeia que se fixou nas cerca de 400 mil mortes prematuras em todo o continente durante o mesmo período.

Embora se mantenham elevados, os dados oficiais da Agência Europeia do Ambiente (AEA), divulgados esta segunda-feira, mostram que se verificou uma redução significativa nos últimos 10 anos, tendo-se registado cerca de 417 mil óbitos em 2018 nos 41 países analisados no relatório (4.900 em Portugal), o que corresponde a menos 60 mil óbitos do que em 2009, um número que o comissário Sinkevičius considera, ainda assim, “demasiado elevado”.

No que diz respeito ao dióxido de azoto, a redução foi ainda maior, com uma diminuição de cerca de 54% das mortes prematuras ao longo da última década. A aplicação contínua de políticas ambientais e climáticas em toda a Europa foi um fator essencial subjacente a estas melhorias, lê-se na nota divulgada.

O documento da AEA assinala que continua a existir uma lacuna entre os limites legais da União Europeia (UE), em matéria de qualidade do ar e as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), uma questão que a Comissão Europeia procura abordar com uma revisão das normas da UE no âmbito do Plano de Ação para a Poluição Zero.

O relatório explicita que, dos 27 países da UE, apenas sete (Bulgária, Croácia, República Checa, Itália, Polónia e Roménia) ultrapassaram o teto máximo de partículas finas estipulado na Diretiva dos Tetos Máximos das Emissões da Comissão Europeia, tendo Portugal cumprido todos os compromissos relativos à qualidade do ar impostos ao nível europeu.

O relatório da AEA contém igualmente uma panorâmica das relações entre a pandemia de Covid-19 e a qualidade do ar. Uma avaliação mais pormenorizada dos dados provisórios da agência para 2020 e dos modelos corroborantes do Serviço de Monitorização da Atmosfera do Copernicus (CAMS) confirmam avaliações anteriores, as quais mostram reduções de até 60% em determinados poluentes atmosféricos em  vários países europeus que implementaram medidas de confinamento  na primavera de 2020.

“Os dados da AEA provam que investir numa melhor qualidade do ar é investir numa melhor saúde e produtividade para todos os europeus. Políticas e ações que sejam coerentes com a ambição de ‘poluição zero’ na Europa conduzem a vidas mais longas e saudáveis e a sociedades mais resilientes”, sublinhou o diretor executivo da AEA, Hans Bruyninckx, em conferência de imprensa.

Também o Comissário Europeu para o Ambiente, Virginijus Sinkevičius, referiu que há “dados a saudar” no relatório da AEA.

“A qualidade do ar está a melhorar em toda a Europa, devido às políticas que introduzimos nas últimas décadas. É evidente que estas políticas têm um impacto se forem devidamente implementadas”, frisou Sinkevičius.

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