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Quase 20% das empresas admitem reduzir colaboradores com contrato temporário e “part-time”

Segundo a ManpowerGroup Portugal, apenas 32% dos empregadores inquiridos espera voltar aos níveis de contratação pré-Covid durante os próximos 12 meses.
  • Jose Manuel Ribeiro/Reuters
21 Setembro 2020, 17h40

Contratos a prazo e ‘part times’ são, segundo o “ManpowerGroup Employment Outlook Survey”, os mais atingidos nesta conjuntura de dificuldade. Em Portugal, 86% do total das empresas inquiridas diz que pretende manter os trabalhadores com vínculo “full-time” e 8% que vai reduzir. Já no caso dos contratos de trabalho temporário e nos “part-time”, 18% e 19% das empresas, respetivamente, admite que vai diminuir o volume de colaboradores com estes vínculos.

A maior parte dos empregadores (68%) admite manter os contratados e os part time, enquanto 14% e 13% diz que vai contratar dessas duas formas.

As respostas às questões extra do “ManpowerGroup Employment Outlook Survey”, que avalia as intenções de contratação dos empregadores, indicam que 28% das empresas não contam retomar de todo os níveis pré-pandemia, enquanto 20% acreditam que precisarão de mais de um ano para que os seus negócios recuperem. Apenas 32% dos empregadores portugueses esperam voltar a níveis de contratação pré-Covid durante os próximos 12 meses.

Os empregadores portugueses revelam-se mais pessimistas do que no trimestre anterior, constata a ManpowerGroup. Num universo de 368 inquiridos, o número de empresas que não tem qualquer esperança de retomar os níveis de contração pré-Covid sobe de 11% para 28%, e o número de empregadores que acreditam poder recuperar os níveis de contratação anteriores, em menos de um ano, cai de 56% para 32%.

Portugal está também mais pessimista do que a média na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), onde se insere e onde 43% dos empregadores estima recuperar os níveis de contratação em menos de um ano. Por oposição, 30% das empresas da região consideram que nunca recuperarão os valores de contratação pré-Covid.

“Apesar de os dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey, divulgado no passado dia 8, anteciparem uma ligeira subida nas intenções de contratação para o quarto trimestre, a evolução da conjuntura económica, social e de saúde, com a ameaça cada vez mais presente de uma segunda vaga da pandemia, leva os empregadores a revelarem-se agora mais pessimistas em relação ao tempo que irão demorar a retomar os níveis de contratação pré-COVID”, salienta Rui Teixeira, COO da ManpowerGroup Portugal.

O estudo refere ainda que cerca de dois terços dos empregadores portugueses admitem manter o teletrabalho no pós-pandemia e 31% tencionam mesmo implementá-lo a 100%. Em Portugal  39% dos empregadores planeia vir a oferecer modelos de trabalho híbridos.

A flexibilidade também vai aumentar nos horários, com 44% das empresas inquiridas a dizer à ManpowerGroup que tem a intenção de oferecer horários laborais flexíveis.

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