Janet Yellen, economista e a primeira mulher a liderar a Reserva Federal norte-americana abandona esta quarta-feira não só o cargo, mas também o banco central, onde será substituída pelo advogado Jerome Powell. Deixa um legado “quase perfeito”, segundo os economistas, mas também foi a presidente da Fed com menor número de sempre de votos a favor no Senado e a única em quase 40 anos que não foi renomeada para um segundo mandato.
Em janeiro de 2014, quando o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, nomeou Yellen para o cargo, apenas 56 dos 82 senadores norte-americanos concordaram com a substituta de Ben Bernanke, apesar de trazer no currículo cargos como vice-presidente da Fed, presidente e CEO da Fed de São Francisco, e professora da Universidade da Califórnia em Berkeley desde 1980.
Guys, it's time for some Senate confirmation history:
— Justin Wolfers (@JustinWolfers) January 24, 2018
* Janet Yellen: Leading economics scholar; former CEA chair; former SF Fed President & Fed Vice Chair: 56-26
* Jay Powell: Not an economist; investment banking & private equity experience: 84-13.
Explain the difference.
Em quatro anos, Yellen conseguiu a maior diminuição do desemprego que qualquer outro presidente da Fed (de 7,4% em 2013 para 4,4% em 2017), num contexto de retoma da economia (o PIB cresceu 1,9% em 2013 e 2,3% em 2017).
Nos mercados financeiros, os anos do mandato Yellen foram tempos de valorizações para Wall Street, com o Dow Jones a valorizar 25% no ano passado, o S&P 500 20% e o Nasdaq 30%.
Apesar de não ter lidado com o pico do taper tantrum de 2013, chegou à presidência da Fed logo a seguir e teve de encaminhar a economia norte-americana no processo de abandono dos estímulos monetários. Depois de cinco anos de quantitative easing, Ben Bernanke anunciou a redução da compra de ativos e as yields das obrigações norte-americanas dispararam de 1,94% em maio para 3,04% em dezembro.
No mês seguinte, Yellen chegava à Fed e a compra de ativos foi cortada, um processo que a economista conduziu, passando por subidas dos federal funds rates – em 2015, pela primeira vez em sete anos, mais uma vez em 2016 e três vezes em 2017 – mas também pela diminuição da folha de balanços da Fed, iniciada em setembro do ano passado.
"Real wages have been rising for the last three years, the only time this has been the case since the early 1970s, with the exception of the late 1990s. And the biggest gains during this period have gone to those at the bottom of the wage ladder" – @DeanBaker13 #ThanksYellen pic.twitter.com/PyiwdEPA1R
— Sam? (@sam_a_bell) January 29, 2018
O percurso não foi fácil, mas os juros das Treasuries não voltaram a disparar (apesar de ainda terem assustado em maio de 2015 quando os federal funds rates deixaram de estar em mínimos históricos).
Nem tudo foi positivo e a dificuldade em que os salários e a inflação subam são as principais falhas a apontar, tal como a própria admitiu na última reunião de política monetária, quando questionada sobre o que ficava por fazer. Apesar disso, a avaliação feita pelos economistas consultados pelo Wall Street Journal é quase perfeita, com 60% a darem-lhe a nota máxima (A), 30% B, 8% C e apenas 2% D.
#ThanksYellen it is YOUR economy we are enjoying. Thank you for your hard work despite all odds. Thread? https://t.co/P9wES0A00c
— Troll Huntress?? (@trollhuntress) January 24, 2018
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