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Quatro razões para refinanciar um crédito habitação

Refinanciar o crédito habitação permite reduzir a prestação mensal, alargar os prazos de pagamento e diminuir as taxas de juro através da concessão do seu imóvel como garantia de pagamento. Saiba tudo sobre o tema neste artigo.
10 Janeiro 2020, 10h00

O refinanciamento do crédito habitação é uma modalidade de crédito que permite ao cliente bancário reduzir a prestação mensal, alargar os prazos de pagamento e diminuir as taxas de juro através da concessão do seu imóvel como garantia de pagamento (garantia hipotecária).

Existem vários motivos pelos quais pode optar por fazê-lo: para obter taxas de juro mais baixas, encurtar o prazo de pagamento, passar de uma taxa variável para taxa fixa ou com o objetivo de consolidar uma dívida. Neste artigo explicamos-lhe quais as razões que podem motivar o refinanciamento do seu empréstimo da casa.

Contudo, estes motivos têm vantagens e desvantagens. Ao refinanciar um crédito habitação deve, tal como quando escolhe um empréstimo, avaliar as diferentes ofertas do mercado e analisar as taxas correntes no sentido de determinar quando será a melhor altura para optar pelo refinanciamento.

 

#1 – Obter taxas de juro mais baixas

Uma das razões mais comuns para refinanciar crédito habitação é baixar a taxa de juro associada ao empréstimo.

Ao optar pelo refinanciamento terá de realizar uma nova escritura, pelo que poderá ter de suportar este custo caso a sua instituição não o faça. Veja junto do seu banco qual o eventual valor que poderá ter de pagar pela escritura e em quanto conseguirá baixar a taxa de juro no sentido de perceber se o refinanciamento compensa.

Imagine que consegue reduzir a taxa de juro em 1% ou 2%. Desta forma pode conseguir uma maior poupança, pois verá diminuído o montante da prestação mensal que paga.

Outra forma de conseguir melhores condições passa por fazer uma transferência do crédito habitação para outra instituição financeira. Esta transferência, por norma, representa uma poupança significativa dependendo do prazo e do montante em falta.

 

#2 – Reduzir a prestação

Se está com dificuldades em fazer face a todas as suas despesas mensais, pondere optar pelo refinanciamento, pois uma das vantagens que este lhe traz é a possibilidade de reduzir a prestação mensal do seu empréstimo e, desta forma, aliviar a sua taxa de esforço.

Paralelamente, ao aumentar o prazo de pagamento do seu crédito habitação, o valor da prestação mensal irá reduzir-se.

 

#3 – Alterar a modalidade de taxa

Outra motivação para refinanciar um crédito habitação pode ainda passar pela mudança do tipo de taxa de juro aplicada. Após alguns anos da contratação do seu empréstimo, podem acontecer alterações no mercado que levam a que seja mais benéfico passar de uma taxa variável para uma taxa fixa.

A taxa de juro variável é indexada à EURIBOR, ou seja, oscila consoante as alterações deste indexante, ao passo que a taxa de juro fixa é contratada entre o cliente e a instituição financeira, mantendo-se estanque durante a vigência do contrato.

Deve ter em conta que atualmente a prestação de um empréstimo com uma taxa de juro fixa é mais elevada do que com uma taxa variável devido ao facto de a EURIBOR estar com valores negativos.

É importante que vá verificando as alterações que acontecem no mercado de forma a averiguar qual é o tipo de taxa que pode ser mais apelativo para o seu crédito.

 

#4 – Consolidar dívidas

O refinanciamento pode ainda ser utilizado para a consolidação de créditos, que consiste num crédito consolidado com garantia hipotecária. Em Portugal, uma da instituições financeira que oferece esta solução é o BNI Europa.

Ao refinanciar crédito habitação, dá o seu imóvel como garantia hipotecária, imóvel este que pode ser a sua habitação própria e permanente, uma segunda habitação, como, por exemplo, uma casa de férias ou outro imóvel que tenha. Em determinados casos, o banco permite ainda que faça uma segunda hipoteca sobre o mesmo imóvel.

Desta forma, ao recorrer ao crédito consolidado com hipoteca, poderá ter mais facilidade em gerir o seu orçamento familiar, conseguindo diminuir o valor da prestação e reduzir o custo que tem com créditos através da redução da taxa de juro.

Tenha em mente que para optar por um crédito consolidado com hipoteca deve saber qual o valor de mercado do seu imóvel e, caso queira fazer uma segunda hipoteca, saber o valor total do seu crédito habitação para que o banco possa avaliar o LTV (Loan-To-Value) e definir se o seu pedido é elegível. Por norma, o rácio de LTV vai até 80%.

 

O caso do Jorge

O Jorge está com algumas dificuldades em fazer face às suas despesas mensais, principalmente após contrair outro crédito em adição ao crédito habitação que já tinha.

Ainda lhe falta pagar 80 mil euros do seu empréstimo para a casa, mas, como precisava de remodelar a cozinha, pediu outro crédito no valor de 10 mil euros. Para além disso, ainda utiliza o cartão de crédito para despesas pontuais, tendo em dívida mil euros.

Estes novos créditos perfazem um valor de 11 mil euros, sendo que, somando ao valor em dívida que já tinha correspondente ao crédito habitação, o Jorge tem agora uma dívida total de 91 mil euros.

De forma a aliviar a sua taxa de esforço, que aumentou com a contratação dos últimos empréstimos, o Jorge está a ponderar optar por consolidar os seus créditos com hipoteca.

A sua habitação própria e permanente está hipotecada e avaliada em cerca de 130 mil euros, o que quer dizer que o seu LTV atual é de 61,5%.

No entanto, para avançar com esta solução, o Jorge tem de recalcular o LTV de forma a incluir o valor dos outros créditos para averiguar se é possível:

LTV (%) = Montante do Empréstimo / Valor da Garantia

LTV (%) = (80.000€ + 11.000€) / Valor da Garantia

LTV (%) = 91.000€ / 130.000€

LTV = 70%

 

Podemos concluir que o LTV é de 70% e, assumindo que o banco aceita LTV’s até 80%, o Jorge pode optar por este tipo de refinanciamento de crédito habitação beneficiando das vantagens de um crédito hipotecário.

 

Vale mesmo a pena refinanciar crédito habitação?

Refinanciar crédito habitação pode ser uma boa solução se conseguir, de facto, diminuir as prestações mensais, reduzir o tempo do empréstimo ou baixar a taxa de juro. Quando utilizada sabiamente, esta pode ser uma boa ferramenta para manter as suas dívidas controladas.

Porém, antes de refinanciar tenha em consideração a sua atual situação financeira, questione-se quanto tempo tenciona ficar na mesma casa ou quanto dinheiro irá poupar se optar por esta modalidade e não se esqueça de averiguar toda a oferta que existe para se certificar de que toma a melhor decisão e na altura certa.

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