[weglot_switcher]

Quedas profundas voltam à bolsa de Nova Iorque. Investidores temem recessão

Os investidores receiam que os estímulos anunciados pela administração Trump, avaliados em um bilião de dólares, e pela Reserva Federal norte-americana, que disse que vai comprar dívida corporativa, não serão suficientes para evitar uma recessão.
  • Reuters
18 Março 2020, 13h57

As perdas regressaram à bolsa de Nova Iorque depois de na véspera terem havido indícios de ligeira recuperação, mas foi sol de pouca dura. Esta quarta-feira, os três principais índices de Wall Street afundam entre 5% e 6%.

Após o toque do sino que marcou o início da sessão, o S6P 500 perdia 6,03%, para 2.376,64 pontos; o tecnológico Nasdaq tombava 5,52%, para 6.929,86 pontos; e o industrial Dow Jones caia 5,93%, para 19.978,36 pontos.

” O Coronavírus centra todas as atenções mundiais e nos mercados acionistas. As atuações dos vários Governos e bancos centrais ainda não acalmaram os receios dos investidores, até porque o surto tem impacto negativo significativo nas contas empresariais e está a levar muitas cotadas a suspenderem o Outlook dada a incerteza sobre a propagação do vírus”, referiu Ramiro Loureiro, analista de mercados do Millennium bcp.

Para Peter Cardillo, economista chefe da Spartan Capital Securities, em Nova Iorque, o mercado está “em modo de pânico. O medo deve-se talvez à deflação e é provavelmente uma das razões do comportamento do mercado”.

Os investidores receiam que os estímulos anunciados pela administração Trump, avaliados em um bilião de dólares, e pela Reserva Federal norte-americana, que disse que vai comprar dívida corporativa, não serão suficientes para evitar uma recessão.

Nas empresas, destaque para o tombo da Boeing. A construtora aérea norte-americana afunda mais d 18% depois de ter sido revelado que vai solicitar 60 mil milhões de dólares ao governo dos Estados Unidos. A United Airlines também está a ser penalizada pelo sentimento atual, caindo mais de 11%, e a American Airlines afunda mais de 12%.

“O setor de Viagens & Lazer está uma vez mais a ser castigado, depois do governador de Nevada ter interrompido os casinos na região norte-americana durante duas semanas”, adiantou Ramiro Loureiro.

Noutros setores da economia, a McDonald’s perde 4,83% depois de ter anunciado o encerramento temporário no Reino Unido e na Irlanda, embora mantenha os serviços de takeawaydrive-through e outras opções de entrega.

No setor automóvel, o sindicato norte-americano exigiu uma paragem de duas demanas das operações das General Motores, Ford e Fiat Chrysler. No entanto, relatos dão conta de que as empresas não estão dispostas a isso e requereram um prazo de 48 horas para desenvolver planos de proteção dos trabalhadores nas respectivas instalações. A GM tomba mais de 9% e a Ford cai 7,68%. Na Europa a Fiat Chrysler perde 9,63%

No retalho, a Target decidiu fechar todas as lojas até às 21 horas a partir de 18 março. Com esta medida, a empresa pretende dar mais tempo às equipas de limpeza para reforçar os esforços de higienização. A Target desvaloriza 5,32%.

Nas matérias-primas, o preço do barril de Brent desvaloriza 6,82%, estando a ser negociado em Londres nos 26,77 dólares. Nos Estados Unidos, o West Texas Intermediate afunda 10,9%, para 24,25 dólares.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.