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Quem é o rosto da Web Summit?

Paddy Cosgrave visita a cidade de Lisboa mais de 10 vezes por ano. Gosta de experimentar a gastronomia local, jantar no Mercado da Ribeira e passear pelo castelo de São Jorge.
  • António Cotrim/Lusa
5 Novembro 2018, 07h40

O fundador da Web Summit é obcecado por pormenores. “Tens de te preocupar com os pormenores. Caso contrário és ofuscado pelo brilho das luzes”, afirmou numa entrevista. O irlandês, de 35 anos, é considerado um dos empreendedores mais influentes do mundo da tecnologia: além de ter lançado a primeira Web Summit, criou várias conferências tecnológicas em outros pontos do mundo como Hong Kong ou Índia.

Nasceu numa quinta em Wicklock, formou-se em Dublin, no Trinity College. Estudou gestão, Economia e Estudos Sociais. Ao matricular-se ainda pensou em ser académico ou economista. Desistiu da ideia. Optou por algo menos difícil: empreendedor, segundo disse a um jornal da Faculdade. Primeiro, ainda pensou em montar uma empresa com um amigo, Hugh O’Regan, que o convenceu-o a fazer algo diferente. Criaram a Rock the Vote Ireland, uma campanha que visou combater a abstenção eleitoral entre os jovens durante as legislativas irlandesas de 2007. A seguir fundou o site MiCandidate, projeto que fornecia informação sobre candidatos às eleições.

Em 2010 tudo mudou e realiza a primeira Web Summit, onde participaram cerca de 400 pessoas. Mais tarde entendeu que Dublin, capital da Irlanda, não tinha condições para continuar a receber um evento, que juntava milionários, gestores, estrelas da música ou do desporto. Depois de vários contactos com governantes mundiais, uma delegação portuguesa desloca-se à cidade irlandesa e é recebida por Paddy de t-shirt, calças de ganga e chinelos. Ainda hoje, o estilo informal é uma das suas imagens de marca.

Após várias reuniões, o fundador da cimeira decidiu visitar Lisboa de mochila às costas. Gostou do passeio e elogiou a capital nas redes sociais. Foi o passo decisivo para trazer este megaevento para o País. Paddy não se cansa de dizer aos participantes que devem estar de mente aberta. Isto é, devem beneficiar dos eventos das nove da manhã às cinco da tarde, mas também dos encontros pela noite fora, onde o efeito ‘networking’ pode ser muito eficaz.

Por exemplo, em 2011, Shervin Pishevar conheceu Travis Kalanick durante uma noite de copos num pub. Pishevar investiu depois 26,5 milhões de dólares na startup de Kalanick. Era a Uber. Já na Web Summit de 2015, uma reunião entre dois oradores, dos quais um era o CEO do Tinder Sean Rad, levou ao negócio da aquisição da Humin por parte do Tinder. Depois de o Governo ter acordado com Paddy e a permanência da Web Summit em Lisboa por mais dez anos é caso para dizer que Lisboa poderá estar por muitos anos no mapa dos grandes negócios.

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