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Quem são os adversários de Centeno na corrida à liderança do Eurogrupo?

O presidente do grupo de ministros das Finanças da zona euro vai mudar no próximo ano e o debate sobre o assunto já começou. Apesar de o português Mário Centeno ainda não ter admitido interesse no cargo, o apoio de Espanha está garantido.
8 Novembro 2017, 09h30

Um português, um francês, um italiano, um luxemburguês, um eslovaco e uma letã… Parece o início de uma anedota, mas é a short list de candidatos ao lugar de presidente do Eurogrupo. A menos de um mês de o holandês Jeroen Djisselbloem deixar o cargo, as discussões sobre o próximo líder do grupo informal de ministros das Finanças da zona euro começam a ganhar destaque.

Há quem diga que são cinco e há quem acrescente um sexto nome à lista de potenciais presidentes do Eurogrupo. Independentemente da configuração, o português Mário Centeno está incluindo. Não há regras definidas para a escolhas, mas as probabilidades dão força às hipóteses de ser homem e socialista, especialmente tendo em conta que European People’s Party já detém três dos quatro lugares de topo na União Europeia (UE).

A lista de nomes é a seguinte:

  • Bruno Le Maire (França)

Centrista e sem filiação política definida, o francês Bruno Le Maire ocupa o cargo de ministro das Finanças no governo de Emmanuel Macron há menos de um ano. Por um lado, França tem procurado reforçar o poder nas instituições europeias, em discussões como reformas da zona euro ou a reestruturação da dívida grega. No entanto, ser francês poderá ser um ponto contra. A Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia já é ocupada por um francês e a Alemanha poderá opor-se à ideia de reforçar o poder do país.

 

  • Pierre Gramegna (Luxemburgo)

Ex-diplomata e liberal, o luxemburguês Pierre Gramegna vem de um país pequeno da UE, mas com tradição de liderança no bloco. É um dos candidatos mais fortes para o lugar, especialmente devido à experiência institucional e diplomática. Pertencer a um governo de coligação é, segundo a agência Bloomberg, uma vantagem pois mostra capacidades de gestão de conflitos. No entanto, o Luxemburgo também já tem um cargo forte na Europa: a presidência da Comissão Europeia, o que poderá ser um entrave à escolha.

 

  • Mário Centeno (Portugal)

Apelidado pelo antigo ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble como o Cristiano Ronaldo do Ecofin, o ministro das Finanças português tem sido elogiado pela redução do défice do país para os limites de Bruxelas e pelo crescimento económico de Portugal depois do programa de ajuda externa. Segundo o Politico, pertencer “ao Governo socialista mais bem-sucedido da Europa” e ser “de um pequeno país” são as vantagens de Mário Centeno. Por outro lado, Portugal ter saído apenas recentemente do bailout e ter menos experiência que os pares são as desvantagens.

  • Peter Kazimir (Eslováquia)

Também socialista, o eslovaco Peter Kazimir ganhou notoriedade política em 2015 com declarações duras e polémicas durante a crise grega. Apesar de ser socialista, é conhecido por alinhar com Schäuble nos assuntos económicos e um dos membros mais duradouros no Eurogrupo, apesar de vir de um Estado-membro relativamente recente da UE. A Bloomberg aponta como pontos positivos ser de centro-esquerda com ideias favoráveis ao centro-direita, mas questiona se terá a diplomacia necessária para ocupar o cargo.

 

  • Pier Carlo Padoan (Itália)

O terceiro socialista é o italiano Pier Carlo Padoan, um dos membros mais fortes e respeitados do Eurogrupo. Tem experiência tanto económica como política, ficou conhecido por se opor a posições alemãs no que respeita à rigidez da política orçamental e lutou pelo reforço da cooperação europeia. Padoan é, no entanto, visto como um candidato pouco provável pois Itália ocupa o maior cargo financeiro na UE, a presidência do Banco Central Europeu. Além disso, o país tem eleições legislativas marcadas para o próximo ano (o que significa que poderá estar prestes a abandonar o cargo).

 

  • Dana Reizniece-Ozola (Letónia)

A única mulher do grupo é a letã Dana Reizniece-Ozola, mas não é considerada em todas em listas da imprensa internacional. Aos 35 anos, a ministra gere as finanças da Letónia desde fevereiro de 2016, altura em deixou o cargo de ministra da Economia, que ocupou durante um ano e três meses. Membro do partido do governo na Letónia, a União dos Camponeses e Verdes, Reizniece-Ozola conta no currículo com funções no Banco Europeu de Investimento, Mecanismo Europeu de Estabilidade, Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento e Banco Mundial.

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