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Quercus denuncia à UNESCO “ameaça severa” no Barroso por causa do lítio

Para a associação ambientalista, a instalação de minas de lítio a céu aberto na região é uma ameaça severa à integridade do sistema agro-silvo-pastoril da região do Barroso”.
13 Junho 2019, 16h47

A associação ambientalista Quercus apresentou uma denúncia à UNESCO de “ameaça severa à integridade do sistema agro-silvo-pastoril da região do Barroso”, devido à instalação de minas de lítio a céu aberto na região.

A região foi designada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (Food and Agriculture Organization of the United Nations, FAO) como Património Agrícola Mundial.

“Em consonância e sintonia com a população de Boticas e de Montalegre, a Quercus, em defesa do património natural e do Património Agrícola Mundial do Sistema Agro-Silvo-Pastoril da Região do Barroso, apresentou denúncia formal à UNESCO, relativa à ameaça severa que representa a intenção de instalação de duas minas de lítio a céu-aberto, nesta região designada e reconhecida internacionalmente pelas suas características únicas a nível mundial”, diz a associação em comunicado.

No início do mês, numa sessão de esclarecimento em Montalegre, muitos populares mostraram-se contra a mina a céu aberto prevista para Morgade. Numa altura em que já foi assinado o contrato de exploração entre o Estado português e a empresa Lusorecursos, na freguesia de Morgade está a constituir-se a associação “Montalegre com Vida”, que pretende lutar contra a mina.

No último domingo, na cerimónia de abertura do Castelo de Montalegre, populares cantaram a “Grândola Vila Morena” em protesto contra a mina de Morgade.

No comunicado hoje enviado à agência Lusa, a Quercus diz que “é imperioso um esclarecimento” da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) sobre a manutenção da designação de “Património Agrícola Mundial do Sistema Agro-Silvo-Pastoril” para a Região do Barroso, caso se instalem as explorações mineiras de lítio.

A associação assegura também que “vai utilizar todos os meios ao seu alcance para parar os atentados ambientais que estão em preparação”.

E garante que vai apoiar a luta das populações das diversas regiões do país ameaçadas pela exploração de lítio.

No dia 22, na Covilhã, a Quercus vai organizar o “1.º Fórum Nacional de Ambiente e Lítio – A problemática do lítio no contexto nacional”.

Na quarta-feira a Câmara de Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra, anunciou discordar em absoluto de um projeto para extração de lítio na região.

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