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Rádio pública de Cabo Verde tem contribuído “fortemente” para consolidar democracia

A propósito do Dia Mundial da Rádio, Humberto Santos disse que a RCV, pelas condições de que dispõe, é o meio que permite “o maior acesso das populações”.
13 Fevereiro 2019, 08h46

O diretor da Rádio de Cabo Verde (RCV) afirmou esta quarta-feira que a rádio continua a ter “grande importância” como meio com “maior penetração” que contribui na consolidação da democracia e do desenvolvimento deste país africano.

Em declarações à agência Inforpress a propósito do Dia Mundial da Rádio, Humberto Santos disse que a RCV, pelas condições de que dispõe, é o meio que permite “o maior acesso das populações” e a “participação de todos de forma igualitária”, isto através da sua “vasta programação” feita por profissionais de “grande qualidade”.

De uma forma geral, realçou, as rádios, aliadas às próprias características de Cabo Verde, que é um País com “alguma taxa de analfabetismo”, com deficit com hábitos de leitura e por ser um arquipelágo, continua a ser ainda hoje o “meio privilegiado” para “formar, informar e sensibilizar” as pessoas e chegar às zonas encravadas.

“A RCV é o meio que mais promove o diálogo e o confronto de ideias, temos por exemplo programas de debate público, como Directo ao Ponto, além de transmitir quinzenalmente cerca de seis horas de debate no parlamento, temos também programas voltados para o debate de questões de interesse público” precisou, ressaltando que são programas que foram desenhados para “dar voz” a todos e “promover a tolerância e transmissão de valores”.

Entretanto, afirmou que a nova era digital, em que as pessoas estão a ter cada vez mais informações através da Internet, o “grande desafio” da atualidade é fazer com que a RCV acompanhe as mudanças provocadas pelo surgimento das novas tecnologias, lembrando, por outro lado, que neste sentido a empresa tem evoluído nos últimos tempos, ao lançar uma aplicação para dispositivos móveis, visando permitir cada vez mais a modernização das plataformas de difusão da rádio.

Humberto Santos defendeu, contudo, a necessidade da “maximização da utilização das plataformas digitais”, indicando a este propósito que é preciso também promover a capacitação dos profissionais da área multimédia, uma medida que requer recursos financeiros mas que, ajuntou, numa empresa deficitária como a RTC, que detém a RCV (radio) e a TCV (televisão), conquistas que “paulatinamente se vão alcançando”.

Questionado sobre se a RCV tem sabido desempenhar e cumprir a sua missão enquanto emissora pública, salientou que tem “mais consciência” do papel da rádio estatal na sociedade, daquilo que pode fazer, sustentando que todos os programas foram reavaliados, visando responder às necessidades do interesse público.

“Costuma-se dizer que a RCV é um órgão de excelência no país porque conseguimos ter profissionais de grande qualidade que acabam por proporcionar uma programação muito útil ao país e isso tem contribuído no fortalecimento da democracia cabo-verdiana e do desenvolvimento do país”, declarou.

Por outro lado, Humberto Santos sustentou que a maior limitação da empresa continua a ser a falta de recursos financeiros, “um constrangimento que infelizmente dificulta no alcance de objetivos maiores”, daí a importância de a RCV “apostar mais” na produção e emissão de conteúdos, nomeadamente as grandes reportagens.

O Dia Mundial do Rádio é comemorado a 13 de fevereiro em homenagem a primeira emissão de um programa da United Nations Radio (Rádio das Nações Unidas), em 1946. A transmissão do programa foi em simultâneo para um grupo de seis países. A data foi criada e oficializada em 2011, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). O primeiro Dia Mundial do Rádio foi celebrado apenas em 2012.

 

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