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“Realmente as despesas são muitas”. Rui Rio ‘usa’ Cristina Ferreira para criticar apoio do Governo aos media

“Percebe-se agora o apoio de 15 milhões de euros do Governo a este setor; realmente as despesas são muitas e a crise é grande. Aguardemos agora notícias sobre o apoio público socialista à dispendiosa contratação do novo treinador do Benfica”, escreveu o presidente do PSD, na sua conta oficial no Twitter.
  • Flickr/PSD
18 Julho 2020, 18h47

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, criticou este sábado o apoio anunciado pelo Governo aos media, dizendo que as despesas do setor são “muitas” como se verificou com o regresso da apresentadora Cristina Ferreira à TVI. O líder social-democrata diz que aguarda agora “notícias sobre o apoio público socialista à dispendiosa contratação do novo treinador do Benfica”.

“Percebe-se agora o apoio de 15 milhões de euros do Governo a este setor; realmente as despesas são muitas e a crise é grande. Aguardemos agora notícias sobre o apoio público socialista à dispendiosa contratação do novo treinador do Benfica”, escreveu o presidente do PSD, na sua conta oficial no Twitter, em reação à indemnização que a SIC vai pedir devido ao regresso de Cristina Ferreira à TVI, que foi oficialmente confirmado esta sexta-feira.

Esta não é a primeira vez que Rui Rio critica o apoio de 15 milhões de euros que o Estado vai conceder, na forma de adiantamento de receitas de publicidade institucional, à comunicação social para ajudar a enfrentar as dificuldades provocadas pela crise da Covid-19.

Em abril, quando foi anunciado o apoio público pelo Governo, Rui Rio questionou, nas redes sociais, se seria “justo o Governo dar 15 milhões às empresas de comunicação social quando não o faz às outras e quando a muitas delas (designadamente às da Saúde) nem sequer paga o que deve a tempo e horas”. “E será correto que o faça por compra de publicidade ao Estado que ele próprio gere?”, acrescentou Rui Rio no Twitter.

Mais tarde, voltou a criticar ao Twitter para criticar novamente os apoios anunciados, dizendo que serviriam “para ajudar a pagar os programas da manhã e o Big Brother, que voltou em força”. Isto porque os dois grupos de media que vão receber a maior fatia do apoio são a Impresa, que inclui a SIC, e a Media Capital, dona da TVI.

Antes de Rui Rio, também o vice-presidente social-democrata David Justino já tinha vindo criticar o regresso de Cristina Ferreira à TVI nas redes sociais, dizendo que se trata de um “negócio pornográfico”, “face aos 15 milhões de ajuda do Governo às empresas de comunicação social”.

As críticas surgem depois de ter sido anunciado que Cristina Ferreira vai agora ocupar o lugar de diretora de Entretenimento e Ficção da TVI e já “manifestou junto da Prisa a intenção de adquirir uma participação no capital social da empresa“.

O jornal ‘Expresso’ avança que a SIC, que há cerca de dois anos foi contratar Cristina Ferreira ao canal que a tornou conhecida, vai pedir uma indemnização de 4 milhões de euros pela ruptura “unilateral” do contrato. A SIC veio “lamentar a decisão abrupta e surpreendente” da apresentadora, dizendo que Cristina Ferreira “decidiu cessar unilateralmente a sua ligação à SIC, colocando termo ao contrato que a vinculava até 30 de novembro de 2022”.

Segundo informação avançada pelo jornal ‘Correio da Manhã’, Cristina Ferreira vai ganhar na TVI “quase três vezes mais” do que ganhava na SIC. A apresentadora deverá ter um “salário galáctico de 2,6 milhões de euros” por ano, o que, juntamente com os ganhos publicitários, pode chegar a quase 3 milhões de euros. Na SIC, Cristina Ferreira ganhava cerca de um milhão de euros por ano.

O ‘Correio da Manhã’ diz ainda que Cristina Ferreira “vai ser administradora não-executiva da Media Capital, com uma participação de 1 a 2 por cento” e que foi o o empresário Mário Ferreira, que em maio comprou 30% da Media Capital por 10,5 milhões de euros, quem “liderou as negociações com Cristina Ferreira”.

A apresentadora de televisão já não vai apresentar “O Programa da Cristina” na próxima segunda-feira e deverá iniciar funções a 1 de setembro na TVI.

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