Sustentabilidade e energias renováveis são as novas palavras de ordem. Nas instituições europeias, nos governos e até nos círculos de investimento existe hoje uma convicção inabalável que o futuro passa pela economia verde. Porventura mais importante, parece ser consensual que os esforços de recuperação económica exigidos pela pandemia devem assentar na transição energética, isto é, na capacidade de produzir e distribuir energia verde, substituindo assim as tradicionais matérias-primas poluentes.

De facto, a escolha não deve ser entre mais ou menos globalização, mas entre um modelo de desenvolvimento sustentável e em linha com as necessidades sociais ou, pelo contrário, a manutenção de economias baseadas na exploração maximalista de recursos. É possível garantir segurança energética, avanços tecnológicos, desenvolvimento económico, competitividade e qualidade de vida cuidando dos recursos presentes e acautelando o bem-estar das gerações futuras.

Para superar esta crise é necessário investir. Sem investimento não há crescimento e sem crescimento não há emprego. Os governos e a União Europeia criaram pacotes de estímulo económico cuja utilidade é inegável, mas importa saber qual o destino dessas verbas e os critérios subjacentes à sua aplicação. Estas decisões de investimento terão um impacto profundo e duradouro, pois definirão em grande medida os termos e dinâmicas da economia mundial pós-Covid-19. Na Iberdrola subscrevemos a Green Recovery Alliance e apoiamos firmemente o European Green Deal como via para uma recuperação tão rápida quanto sustentável.

Nos últimos 20 anos investimos 100 biliões de euros na transição energética, num modelo de negócio limpo, confiável e inteligente que intensifica a descarbonização e eletrificação da economia. Desenvolvemos um projeto hidroelétrico no rio Tâmega, investimento ímpar em Portugal nos últimos 25 anos, cuja tecnologia de armazenamento de energia vai ao encontro das soluções defendidas recentemente pelo Parlamento Europeu.

É nesta senda que permaneceremos, reforçando o investimento e defendendo caminhos onde a sustentabilidade ambiental é aliada da competitividade económica. Naturalmente, vemos com agrado que outras empresas do sector se unam agora a este esforço de transformação.

Um sector energético mais verde trará ganhos efetivos em termos de riqueza e emprego. Representará igualmente um salto apreciável na proteção dos recursos e do meio ambiente. E, não menos importante, apoiará de forma significativa a balança comercial do país e da Europa, reduzindo a dependência face ao exterior, nomeadamente de regiões marcadas por instabilidade. Maior sustentabilidade traduz-se em menor vulnerabilidade.

Em conjunto com os Estados, as empresas deverão liderar a recuperação de uma economia que se deseja inclusiva, aberta, sustentável e competitiva. Este é o caminho para superar desafios conjunturais e corrigir desequilíbrios estruturais.