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Recursos naturais mundiais terminam amanhã, garante Associação Zero

“De todos os países tivessem a mesma pegada ecológica que o nosso, seriam necessários 2,5 planetas. Este ano, Portugal atingiu o seu limite a 26 de maio”, esclarece a Zero, 21 dias mais cedo do que em 2018.
28 Julho 2019, 12h46

O ‘orçamento natural’ dos recursos naturais para o ano de 2019 estão a chegar ao fim. Quem avança com o aviso é a Associação Zero, que afirma que o dia de sobrecarga da Terra (Overshoot Day) chega amanhã, 29 de julho.

Este dia é classificado por ser uma estimativa em que a Humanidade atinge o limite do uso sustentável de recursos naturais disponíveis para o próprio ano. Em 2019, o dia chega três dias mais cedo que no ano passado, sendo que em 2018 se situou a 1 de agosto.

“A tendência tem sido a de acionar o cartão de crédito ambiental cada vez mais cedo, não obstante todo o discursos político e público sobre economia circular e neutralidade carbónica”, afirma a Zero. A estimativa é avançada pela organização internacional Global Footprint Network, que refere ainda que este ano se atingiu a data mais cedo, desde que o planeta entrou em défice ecológico no início dos anos 70.

“Portugal é um contribuinte ativo para esta situação, uma vez que, se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica que o nosso, seriam necessários 2,5 planetas. Este ano, Portugal atingiu o seu overshoot day a 26 de maio”, esclarece a Zero, 21 dias mais cedo do que em 2018.

O consumo de alimentos representa 32% da pegada global do país, enquanto a mobilidade representou 18%, e estas duas atividades humanas diárias são as que mais contribuem para a pegada ecológica de Portugal, constituindo pontos críticos para intervenções de mitigação.

“Atualmente, estamos a consumir cerca de 1,75 planetas com a nossa voracidade de produção e consumo. A sobrecarga só é possível porque estamos a esgotar o capital natural da Terra, o que põe em causa o futuro da humanidade”. Desflorestação, a erosão do solo, a perda da biodiversidade ou o aumento dos níveis de carbono na atmosfera são apenas alguns exemplos que resultam da exploração do planeta, que nos conduzem para as alterações climáticas.

De forma a inverter a tendência, a Zero propõe “novas práticas”, especificando áreas como a alimentação e mobilidade. A dieta alimentar deve ser “saudável e sustentável”, com “redução do consumo de proteína de origem animal e um aumento significativo do consumo hortícolas, frutas e leguminosas secas”.

Já na questão da mobilidade, a Associação Zero defende uma mobilidade sustentável, com melhoramento de acessos e condições de operação dos transportes públicos e estimular a mobilidade suave.

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