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Redes Sociais: Se os ‘likes’ do Facebook contassem o PAN era Governo

O campeão da comunicação política na rede social criada por Mark Zuckerberg é o partido PAN (Pessoas-Animais-Natureza). Tem quase tantos seguidores como os partidos da gerigonça juntos e, em termos de interações, gana aos restantes partidos por larga maioria.
  • Cristina Bernardo
18 Dezembro 2018, 07h30

A velocidade associada a uma maior proximidade dos cidadãos e à facilidade de obter feedback, fez das redes sociais um canal de comunicação privilegiado dos partidos políticos.

Embora não dêem votos, os likes e comentários nas redes sociais podem ajudar a conquistar potenciais eleitores. Bem como a perder. O PAN (Pessoas-Animais-Natureza) é o partido com mais seguidores e, se as eleições fossem um reflexo da popularidade dos partidos nas redes sociais, em vez de ter apenas um deputado entre 230 na Assembleia da República, seria líder do Governo, afastando os tradicionais partidos do “arco da governação” para um papel secundário.

O Facebook é a rede social mais usada pelos principais partidos políticos e também aquela onde os potenciais eleitores mais comentam, seguem e se manifestam. A presença do PAN no Facebook começou em força há quatro anos. Desde então, a subida ao pódio das forças políticas com mais seguidores deu-se em poucos meses. O partido liderado por André Silva leva quatro mil seguidores de avanço em relação ao PSD e tem mais do dobro dos do PS. O público-alvo do PAN é a faixa etária até aos 35 anos e 70 a 75% são do sexo feminino.

“A nossa aposta é a proximidade à população com conteúdos gráficos simples, diretos e informativos”, explica Francisco Guerreiro, coordenador de comunicação e comissário político nacional do PAN. “Também partilhamos notícias relevantes e todos os nossos likes são orgânicos, ou seja, nunca pagámos um conteúdo”, acrescenta.

No mundo do Facebook, os partidos  apostam posts com mensagens fortes,  vídeos, fotogalerias e questionários. No dia em que a “geringonça” comemorou três anos de governação, dia 26, a média de posts aumentou em relação aos cinco dias anteriores. Neste dia, foram também aprovadas as primeiras propostas de revisão do Orçamento de Estado para o próximo ano (OE2019), o que contribuiu para o aumento do tráfego de informação na plataforma fundada por Mark Zuckerberg.

Neste campeonato, o PAN voltou a sair vencedor, seguido do PS e do PCP, e conseguiu mesmo superar as interações do partidos da “geringonça” (6.949 contra 4.761). Ainda assim, o partido que mais conteúdos publicou no Facebook, foi o Bloco de Esquerda, que apesar de não ter uma página de âmbito nacional, remete para o portal de informação Esquerda.net, que é um dos principais pilares da comunicação do partido.

O dia mais fraco na comunicação das forças políticas no Facebook foi no domingo, dia 25. Neste dia, o PCP não fez qualquer tipo de publicação. Mas os seus parceiros da ‘geringonça’, BE e PEV, fizeram 16 publicações, que lhes valeram 413 interações.

Apesar da popularidade desta rede social, nem todos os líderes partidários aderiram ao Facebook – é o caso do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, e do líder do PSD, Rui Rio. Já a líder do CDS, Assunção Cristas, é a que tem mais seguidores. A coordenadora do BE, Catarina Martins, e o secretário-geral do PS, António Costa, encerram o top três dos políticos com mais pessoas a verem primeiro as suas publicações.

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