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Reditus passa de lucros a 2,9 milhões de prejuízos em 2016

A empresa, detida por Miguel Paes do Amaral e que tem o BCP como segundo maior acionista, explicou que o negócio nacional contraiu 30,9% face a 2015 e as dificuldades no mercado internacional, designadamente no mercado africano, continuaram a verificar-se.
30 Abril 2017, 23h24

Um prejuízo de 2.9 milhões euros versus um lucro de 264 mil euros em 2015 marca a actividade da Reditus em 2016.

A empresa – detida em 25,6% por Miguel Paes do Amaral, em 19,5% pelo BCP, em 10,1% por José António Gatta, pela família Moreira Rato em 8,9%, António Maria de Mello com 6,4%, entre outros – teve proveitos operacionais de 44,9 milhões de euros (que comparam com 58,4 milhões de euros um ano antes), portanto menos 23,2%; um EBITDA de 2,8 milhões de euros (versus 6,9 milhões de euros) e a uma margem de EBITDA 6,1% (versus 11,8%).

“O ano de 2016, foi marcado por uma alteração significativa no seio do Grupo, ocorrida no último trimestre do ano. No dia 4 de novembro, a Reditus celebrou com as empresa GFI Informatique e GFI Portugal um acordo para a alienação da sua participada para a área de SAP, ROFF – Consultores Independentes”, justifica a empresa. Esta alienação insere-se no reposicionamento estratégico do Grupo Reditus, permitindo concentrar a sua atividade no core business e acelerar o processo de reestruturação interna (operacional e financeiro), “bem como criar as condições para a concretização do seu plano de negócios, assente no desenvolvimento das suas atividades de BPO e ITO nos mercados doméstico e internacional”, avança o relatório.

Os Proveitos Operacionais caíram 23,2% face ao período homólogo, devido à contração dos negócios no principal mercado africano e a manutenção de um contexto económico adverso no mercado doméstico.

A empresa explica a queda do EBITDA. “De referir que o EBITDA consolidado de 2,8 milhões de euros foi afetado negativamente em cerca de 0,9 milhões de euros referentes a situações extraordinárias “one-off”, que registaram menos valias no exercício. Ajustado destes custos, ter-se-ia alcançado um valor de 3,7 milhões de euros, ou seja uma margem EBITDA de 8,1%”.

Os gastos operacionais consolidados líquidos de amortizações, provisões e perdas de imparidade totalizaram 42,1 milhões de euros em 2016, o que representa um decréscimo de 18,2% face ao ano anterior e representaram 93,9% dos proveitos totais, em comparação com 88,2% no ano anterior.

O resultado operacional (EBIT) foi negativo em 10 mil euros, face aos 2,7 milhões de euros positivos obtidos em 2015. Os resultados financeiros negativos diminuíram 25,5% para 2,9 milhões de euros, “refletindo o continuado esforço da empresa na obtenção de melhores condições de financiamento por via da renegociação das principais linhas de crédito, nomeadamente quanto ao pricing médio”, avança a sociedade.

O resultado das operações em continuação foi negativo em 2,7 milhões de euros, valor que compara com um resultado negativo de 1,8 milhões de euros no período homólogo, ou seja uma quebra de 46,7%.

“No período em análise, continuou a verificar-se um retardar na tomada de decisões de investimento por parte dos clientes, sendo expectável a sua retoma durante 2017, com especial incidência para vários projetos no mercado internacional”, avança a Reditus.

O Relatório e Contas diz ainda que o negócio nacional contraiu 30,9% face a 2015 e que “as dificuldades no mercado internacional, designadamente no mercado africano, continuaram a verificar-se provocando um impacto negativo nas receitas internacionais do Grupo, que diminuíram 7,1% face ao mesmo período do ano anterior”. As vendas internacionais representaram 39% do total das receitas, o que compara com 32% no ano anterior, mesmo tendo em consideração a saída da Roff do perímetro de consolidação, justifica a empresa.

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