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Redução de caixas automáticos e de agências pode afetar 24 freguesias, alerta BdP

Das 24 freguesias eventualmente afetadas pela contração da rede de acesso a notas e a moedas, 16 encontram-se no distrito transmontano – oito no concelho de Vinhais, sete no de Mogadouro e uma no de Miranda do Douro -, com as restantes a distribuírem-se pelos municípios de Mértola (quatro) e de Chaves, Idanha-a-Nova, Ourique e Alcoutim (uma cada), aponta o BdP em comunicado.
21 Julho 2020, 14h23

A possível redução do número de caixas automáticos e de agências bancárias pode ser “crítica” para 24 freguesias de Portugal, localizadas sobretudo no distrito de Bragança, e exige uma resposta, avançou hoje o Banco de Portugal (BdP).

Das 24 freguesias eventualmente afetadas pela contração da rede de acesso a notas e a moedas, 16 encontram-se no distrito transmontano – oito no concelho de Vinhais, sete no de Mogadouro e uma no de Miranda do Douro -, com as restantes a distribuírem-se pelos municípios de Mértola (quatro) e de Chaves, Idanha-a-Nova, Ourique e Alcoutim (uma cada), aponta o BdP em comunicado.

Na nota divulgada a partir de um estudo já disponível, o BdP salientou ainda que essas freguesias “encontram-se atualmente a mais de 15 quilómetros do ponto de acesso a numerário mais próximo” ou, caso estejam a mais de 10, “pertencem a municípios onde cada caixa automática serve, em média, mais de 100 quilómetros quadrados de território”, tendo alertado para a necessidade de uma resposta.

“Perante as perspetivas de redução das redes de caixas automáticos e balcões [agências bancárias], o Banco de Portugal alerta para a necessidade de se estruturar uma resposta que salvaguarde o acesso da população a notas e moedas, lembrando que o numerário continua a ser o instrumento de pagamento mais utilizado em Portugal e o único utilizado por segmentos mais vulneráveis da população”, refere o comunicado.

O estudo confirma ainda que existem 55 freguesias com uma distância superior a 10 quilómetros do caixa ou da agência bancária mais próxima, 27 delas no distrito de Bragança, e que a maior distância, em linha reta, entre uma freguesia e o ponto de acesso a numerário mais próximo é de 17 quilómetros.

O documento do BdP salienta também que o numerário, embora utilizado por toda a população portuguesa, tem um maior peso relativo junto das pessoas com “mais de 45 anos”, com “rendimento médio mensal entre os 300 e os 449 euros”, com “menor nível de instrução”, que vivem, sobretudo, nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, no Alentejo e no Norte.

O comunicado do BdP frisou ainda que a “circulação de notas” em Portugal aumentou no contexto da pandemia de covid-19, “apesar da forte quebra registada nos levantamentos”, o que, na perspetiva da instituição, comprova a “importância do numerário como reserva de valor”.

O estudo de 30 páginas, disponível no sítio oficial do BdP, mostra ainda que 77,8% da população portuguesa dispõe de um ponto de acesso a notas e moedas a menos de um quilómetro da residência e 97,8% tem esse serviço disponível a menos de cinco quilómetros.

A instituição liderada pelo ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, considera ainda que, apesar das reduções de 40% no número de agências bancárias e de 20% nos caixas automáticos, durante a última década, essas redes “continuam a proporcionar uma ampla cobertura do território nacional em termos de distribuição de numerário”.

O BdP prometeu ainda ponderar a “utilização de ferramentas para mitigar os previsíveis efeitos decorrentes da existência de pontos de estrangulamento na rede de distribuição de numerário” e sugeriu a “realização de iniciativas de literacia financeira para promover o acesso a outros meios de pagamento e a canais bancários alternativos”.

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