[weglot_switcher]

Refinaria da Galp em Sines encerra a partir de hoje durante um mês. Vendas de gasóleo sofrem queda de 50%

A quebra nas vendas devido à pandemia da Covid-19 e a saturação da capacidade de armazenamento levaram a petrolífera a decidir suspender a produção da refinaria durante um mês, esperando retomar gradualmente a produção a partir de junho. Além da quebra nas vendas de gasóleo em Portugal e Espanha, também a venda a retalho e grossista de outros tipos de combustível pela empresa sofrem quedas: gasolina (-60%), e o combustível para aviação com uma queda acima de 90%.
4 Maio 2020, 08h17

A refinaria da Galp em Sines, distrito de Setúbal, vai encerrar a partir de hoje durante um mês.

A quebra nas vendas registada pela empresa devido ao menor consumo causado pela pandemia da Covid-19, o que está a provocar uma saturação da capacidade de armazenamento da empresa, obrigando-a assim a suspender a produção de combustíveis.

“Estamos a planear parar a nossa refinaria de Sines durante maio. Esta paragem é a consequência da já esperada baixa procura e dos altos níveis de inventários”, disse o presidente da Galp numa chamada com analistas a 27 de abril.

“Dependendo como o ambiente a nível macro progredir, esperamos recomeçar a produzir em Sines em junho”, afirmou Carlos Gomes da Silva, que também referiu na chamada que a fábrica de combustíveis na refinaria de Matosinhos, no distrito do Porto, “esteve suspensa em abril”.

“O que estamos a ver é o gasóleo a ser afetado em cerca de 50%, em relação à gasolina é acima de 60%. Mais desafiante é em relação ao jet fuel [combustível para aviação], com uma redução acima de 90%”, explicou o gestor, referindo-se ao mês de abril e às vendas em Portugal e Espanha tanto ao nível de retalho, nas estações de combustível, como ao nível das vendas grossistas, produzir nas refinarias para vender a outras empresas de combustíveis.

Sobre os outros meses deste ano, disse que a Galp foi “ligeiramente afetada em março, portanto janeiro e fevereiro foram completamente bons meses”.

A quebra nas vendas de combustível é transversal a todo o setor em Portugal: em março, a venda de gasóleo caiu 12,3% para 49,2 mil toneladas, enquanto a venda de gasolina recuou 20,9% para 17,4 mil toneladas. Já o consumo de jet na aviação sofreu uma queda de 34,3% para 37,9 mil toneladas.

Apesar da saturação da capacidade do armazenamento em Portugal, a Galp assegurou a 22 de abril o “abastecimento das necessidades de mercado”.

Por sua vez, a Entidade Nacional do Setor Energético (ENSE), que gere as reservas estratégicas do país, garante que “monitoriza constantemente o abastecimento do país, mantendo, em total prontidão as reservas estratégicas e de emergência nacionais, que garantem o abastecimento de produtos derivados do petróleo ao país pelo período de 90 dias, com referência ao consumo registado em 2019”.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.