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Regionais francesas: Direita adianta-se a Marine Le Pen e esmaga partido de Macron

Reunião Nacional, de Marine Le Pen, e República em Movimento, de Emmanuel Macron, tiveram um domingo aquém daquilo que esperavam. Republicanos lideram a nível nacional com grande vantagem.
  • Christian Jacob
20 Junho 2021, 19h36

As primeiras projeções dos resultados da primeira volta das eleições regionais, disputadas em França neste domingo, mostram que a direita tradicional deverá conseguir entre 28% e 29% dos votos, ficando dez pontos percentuais à frente da Reunião Nacional, de Marine Le Pen.

A vitória do bloco eleitoral liderado pelos Republicanos, herdeiros dos partidos gaullistas dos ex-presidentes franceses Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy, contrasta com a incapacidade de a Reunião Nacional consolidar o estatuto de maior força política francesa – apesar de o seu candidato Thierry Mariani poder ser o mais votado na região da Provença-Alpes-Côte d’Azur, ligeiramente acima do incumbente republicano – e com o débil resultado do República em Movimento, partido do atual presidente Emmanuel Macron, que terá apenas entre 10 e 11% dos votos (juntando os seus aliados centristas do MoDem) e não se qualificará para a segunda volta em algumas regiões, embora qualquer lista com 10% dos votos válidos possa apresentar-se aos eleitores.

Na esquerda francesa também há poucos motivos para festejar, pois os socialistas do PSF e seus aliados ficam entre 17% e 18%, enquanto os ecologistas terão entre 12% e 13% e os comunistas e a extrema-esquerda da França Insubmissa podem não ultrapassar cinco pontos percentuais. Seguir-se-á uma difícil negociação de alianças para aumentar as hipóteses de triunfo na segunda volta, a disputar no próximo domingo, bem como pressões para desistências a favor de candidatos da direita para impedir vitórias da Reunião Nacional.

As eleições regionais e departamentais francesas foram marcadas por uma elevada taxa de abstenção, que poderá atingir os 68,5%. Ao contrário do que tende a suceder, as forças partidárias mais extremistas não terão saído beneficiadas da fraca afluência às urnas, com alguns resultados bastante abaixo daquilo que as últimas sondagens apontavam, enquanto os candidatos dos Republicanos, partido liderado por Christian Jacob, superaram as expectativas.

Muito orientada está a reeleição de alguns presidentes emblemáticos de regiões francesas, como a republicana Valérie Pécresse (formalmente dissidente do partido) na região parisiense de Île-de-France, o também republicano Xavier Bertrand na região de Hauts-de-France, a socialista Carole Delga na Occitânia, o centrista Hervé Morin na Normandia e o republicano Laurent Wauquiez na região de Auvergne-Reno-Alpes.

Pelo contrário, é incerta a reeleição de Loïg Chesnais-Girard na Bretanha e de Marie-Guite Dufay na Borgonha-Franco Condado, colocando em risco duas das cinco regiões atualmente presididas por socialistas. E apesar de a Reunião Nacional não ter cumprido os seus planos na Provença, o republicano Renaud Muselier poderá não recuperar o ligeiro atraso para Thierry Mariani caso o ecologista Jean-Laurent Felizia se mantiver na segunda volta em vez de desistir e apoiar o incumbente.

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