Regulador dos seguros preocupado com preços desfasados da economia

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) admitiu ter preocupações com os riscos de mercado (que avaliam ações, obrigações e imobiliário), por considerar que o crescimento dos preços está desalinhado com os fundamentais da economia.

Esta semana a ASF publicou a mais recente edição do Painel de Riscos do Setor Segurador, apresentando o panorama mais atual dos riscos face à informação disponível. Em concreto, o Painel considera a informação das variáveis financeiras relativa a 15 de junho de 2021 conjugada com os dados reportados pelas empresas de seguros com referência a 31 de março de 2021.

A conjuntura atual permanece sob a influência dos impactos decorrentes da pandemia. Relativamente aos riscos de crédito, “apesar de alguma estabilidade dos prémios de risco da dívida soberana e dos emitentes dos setores financeiro e não financeiro, mantêm-se no radar preocupações quanto à eventual reavaliação em alta dos prémios de risco”, refere o supervisor.

“No mesmo sentido, reforçam-se as preocupações relativamente aos riscos de mercado, onde a manutenção da tendência ascendente dos preços acentua a perceção de desalinhamento com os fundamentais económicos”, considera a ASF na edição de junho do Painel de Riscos do Setor Segurador, hoje publicada.

Relativamente aos riscos de crédito, a ASF considera que, “apesar de alguma estabilidade dos prémios de risco da dívida soberana e dos emitentes dos setores financeiro e não financeiro”, também continua a haver “preocupações quanto à eventual reavaliação em alta dos prémios de risco”.

Segundo a ASF, apesar da aceleração da vacinação contra a covis-19, o aparecimento de novas estirpes e o aumento de infeções em países europeus faz com que continue a haver incerteza quando à evolução da economia.

O painel de riscos do setor segurador português, de publicação trimestral, é usado pela ASF para identificar e medir os riscos e vulnerabilidades do setor.

O riscos de mercado avalia os riscos decorrentes das exposições a obrigações, ações e imobiliário, ou seja, a vulnerabilidade do setor a impactos adversos nestes ativos.

O riscos de crédito avalia a vulnerabilidade das carteiras de investimentos das empresas de seguros ao risco de incumprimento das obrigações.

O painel de riscos do setor segurador analisa ainda riscos macroeconómicos, de liquidez, de rendibilidade e solvência, de interligações e de seguros de vida e não vida.