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Regulador europeu alerta para o risco de enfraquecimento do sistema imunitário provocado por sucessivas doses de reforço

Um responsável da Agência Europeia do Medicamento defendeu que as vacinas de reforço “podem ser dadas uma vez, ou talvez duas, mas não é algo que podemos pensar que deve ser repetido constantemente”.
12 Janeiro 2022, 16h40

Numa altura em que está a ser administrada a dose de reforço em vários países do mundo, incluindo Portugal, o regulador europeu alerta que doses de reforço sucessivas podem enfraquecer significativamente o sistema imunitário deixando, ultimamente, de ser viáveis.

O alerta foi dado esta quarta-feira durante uma conferência de imprensa, onde o responsável pelo departamento de Estratégia de Ameaças Biológicas para a Saúde e Vacinas da da Agência Europeia do Medicamento (EMA, sigla em inglês) defendeu que as vacinas de reforço “podem ser dadas uma vez, ou talvez duas” mas não são “algo que podemos pensar que deve ser repetido constantemente”, cita a “Bloomberg”.

No mesmo momento, Marco Cavaleri disse que “precisamos pensar em como podemos fazer a transição do atual cenário de pandemia para um cenário mais endémico”, isto numa altura em que são vários os países que contabilizam números recorde de casos de Covid-19 diariamente. Esta quarta-feira, também Portugal registou um novo teto: mais de 40 mil infeções e 20 mortes provocadas pelo vírus.

Assim, o responsável aponta que “não podemos continuar a dar uma dose de reforço todos os três ou quatro meses“, dado que isso pode, eventualmente, desencadear um enfraquecimento da resposta imunitária dos cidadãos e causar fadiga na população. “É claro que quando se trata de pessoas vulneráveis e de imunodeprimidos, a situação será um pouco diferente, realmente, para os imunodeprimidos será de esperar que uma quarta dose seja necessária”, afirmou.

Para já, Israel é o único país no mundo que avança com a administração da quarta dose da vacina contra a Covid-19 a pessoas vulneráveis, na expectativa de mitigar os efeitos de uma nova onda de contágios devido à propagação da variante Ómicron.

Cerca de um ano após o lançamento de um plano de vacinação maciço através de um acordo com a empresa farmacêutica Pfizer e quase seis meses depois de ter começado a administrar doses de reforço, as autoridades sanitárias israelitas deram luz verde na quinta-feira para administrar a quarta dose de vacina a pessoas com o sistema imunitário comprometido.

O regulador da UE também referiu no briefing que os medicamentos antivirais, como Paxlovid e Remdesivir, são eficazes contra a Ómicron.

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