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Relatório indica que zonas de guerra são palco quase exclusivo do terrorismo

“Os talibãs continuaram a ser o grupo terrorista mais letal em 2019”, disse o IEP, mesmo se o balanço das vítimas nos atentados reivindicados por este grupo baixou 18%.
  • Christian Hartmann/REUTERS
25 Novembro 2020, 08h50

O Índice Mundial do Terrorismo 2020 indicou hoje que as zonas de guerra continuam a ser o palco quase exclusivo de atentados terroristas, concentrando 96% das vítimas a nível mundial em 2019.

Este estudo do Instituto para a Economia e a Paz (IEP), baseado em Sydney, sublinhou uma diminuição notável do número de vítimas de atentados terroristas, com um total de 13.826 mortos em 2019, ou seja, um recuo de 15% em relação ao ano anterior e de 59% desde 2014.

A descida mais acentuada verificou-se no Afeganistão e na Nigéria, dois países que continuam a lamentar, cada um, mais de mil óbitos ligados ao terrorismo, ao longo do ano.

“Os talibãs continuaram a ser o grupo terrorista mais letal em 2019”, disse o IEP, em comunicado, mesmo se o balanço das vítimas nos atentados reivindicados por este grupo baixou 18%.

Quanto ao grupo extremista Estado Islâmico (EI), a força e a influência continuaram a diminuir, depois do fim do autoproclamado califado, em 2019.

“Pela primeira vez, desde que o EI se tornou ativo, foi responsável por menos de mil mortes num ano”, de acordo com o índice.

Em contrapartida, o Sahel – faixa de território entre o deserto do Saara, a norte, e a savana do Sudão, a sul, e entre o oceano Atlântico, a oeste, e ao mar Vermelho, a leste – tornou-se numa das zonas mais expostas, devido a vários grupos extremistas, filiados e representantes sobretudo do EI e da rede terrorista Al-Qaida.

O Burkina Faso, atingido pelos grupos extremistas ativos na região, registou um aumento de 590% do número de vítimas. Os vizinhos, Mali e Níger, estão a conhecer uma degradação importante da situação, tal como Sri Lanka e Moçambique.

“A África subsaariana foi duramente atingida, com sete de dez países a conhecerem o mais forte crescimento em número de mortos”, salientou o comunicado da IEP, de acordo com o qual a zona registou 41% das mortes atribuídas ao EI em todo o mundo, em 2019.

Na América do Norte, na Europa ocidental e na Oceânia, o crescimento mais acentuado deve-se ao terrorismo de extrema-direita, com 89 mortos em 2019, ou mais 250% desde 2014).

Apesar de tudo, o relatório sublinhou uma tendência real de diminuição dos atentados terroristas. O número de vítimas baixou em 103 países, uma melhoria recorde desde a criação do índice a oito anos.

Por outro lado, 63 países registaram pelo menos um ataque terrorista no ano passado, ainda assim o valor mais baixo desde 2013.

Mas o terrorismo “continua uma ameaça séria e significativa em vários países”, advertiu o documento.

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