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Reserva Federal mantém taxa de juro inalterada perto de zero

Após a Fed ter feito dois cortes em março, para ajudar a economia americana a reagir ao impacto da pandemia da Covid-19, a decisão de fazer uma pausa nas taxas de juro e analisar o impacto da política monetária era esperada pelos analistas.
29 Abril 2020, 19h00

A Reserva Federal (Fed) manteve esta quarta-feira inalterada a taxa de juro diretora no intervalo entre 0% e 0,25%, conforme esperado pelos analistas, depois de o banco central norte-americano ter em março reduzido o custo do financiamento em 150 pontos base (p.b.) em reação ao risco que a pandemia do novo coronavírus representa para as perspetivas da maior economia do mundo.

A decisão foi divulgada por comunicado, depois da reunião de dois dias do Federal Open Market Committee. “A Reserva está comprometida em usar toda a sua gama de ferramentas para apoiar a economia dos EUA neste momento desafiante, promovendo assim as suas metas de emprego máximo e estabilidade de preços”.

“O surto do coronavírus está a causar tremendas dificuldades económicas e sofrimento nos Estados Unidos e no mundo. O vírus e as medidas tomadas para proteger a saúde pública estão a induzir acentuados declínios na atividade econômica e um aumento nas perdas de empregos”, explicou, acrescentando que a procura mais fraca e os preços do petróleo significativamente mais baixos estão a pressionar a inflação dos preços no consumidor.

As interrupções na atividade económica no país e no exterior afetaram significativamente as condições financeiras e prejudicaram o fluxo de crédito para as famílias e empresas dos Estados Unidos, adiantou.

A 3 de março, a insituição liderada por Jerome Powell cortou a federal funds rate em 50 p.b. para 1%-1,25%, e depois em mais 100 p.b. a 15 de março, explicando que espera manter este intervalo alvo até estar confiante que a economia já aguentou os eventos recentes causados pela Covid-19.

Desde essa altura, a Fed anunciou o lançamento de diversos estímulos monetários, com destaque para um programa de compra de ativos sem limite de valor ou tempo e que inclui um leque alargado de securities. Também lançou fundos para as empresas e as famílias, mais operações repo, cooperação internacional e deu apoio aos enormes estímulos orçamentais criados pela administração Trump.

O consenso dos analistas é que a instituição liderada por Jerome Powell conseguiu acalmar os nervos dos investidores, provocando uma recuperação nas bolsas e a estabilização dos mercados obrigacionistas, portanto deverá agora fazer uma pausa para reflexão.

As atenções viram agora para a conferência de imprensa, às 19h30, na qual Jerome Powell deverá reiterar o apoio aos mercados e à economia, podendo eventualmente dar mais detalhes sobre o calendário para a compra de ativos.

https://jornaleconomico.pt/noticias/fed-vai-tirar-o-dedo-do-gatilho-e-analisar-o-impacto-da-metralhadora-de-estimulos-582005

[Em atualização]

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