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Respostas rápidas: como está a evoluir o conflito na Venezuela?

A oposição e as forças que a apoiam estão a acrescentar uma caráter humanitário à intervenção política. Entretanto, são pelo menos 35 os países que apoiam Juan Guaidó como presidente interino.
  • HO/Reuters
5 Fevereiro 2019, 07h37

Qual é a nova fase do processo da Venezuela?

Mais que uma questão política, a comunidade internacional que apoia a oposição liderada por Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, está a acrescentar ao processo uma caráter de obrigação de intervenção humanitária. Os Estados Unidos foram os primeiros a disponibilizar 20 milhões de dólares para o efeito e o Canadá não quis ficar atrás: anunciou uma verba de 53 milhões com a mesma finalidade.

 

Para que serve a abertura dessa nova frente de conflito?

Principalmente para Juan Guaidó tentar uma aproximação com o setor militar. Ou, ao menos, para tentar manter os militares no interior dos quartéis. Se as motivações dos protestos tiverem também um caráter humanitário e não apenas político, isso pode pesar no comportamento dos militares – que a comunidade internacional quer manter afastados das ruas, para que as manifestações não descambem em (mais) violência. Guaidó tem afirmado que um cenário de guerra civil não é possível no país, mas o histórico das interferências do poder militar em questões civis não é de molde a descansar os mais avisados.

 

Que países já reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela?

Estados Unidos, Canadá, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru (o chamado Grupo de Lima), Albânia, Portugal, Alemanha, Espanha, Reino Unido, França, Suécia, Dinamarca, Áustria, República Checa Estónia, Letónia, Lituânia, Bélgica, Luxemburgo e Finlândia (entre 20 países da União Europeia), para além do Parlamento Europeu. Ao todo, serão 34 – mas a todo o momento podem haver novas ‘adesões’. A mais significativa seria a de Itália: Juan Guaidó já se manifestou publicamente surpreendido por o governo de Roma ter decidido não acompanhar a maioria dos seus pares da União Europeia.

 

A União Europeia não vai fazer o mesmo?

Não. “Não é da competência da União Europeia reconhecer quer Estados, quer instituições dentro dos Estados”, afirmou Federica Mogherini, comissária com o pelouro das Relações Internacionais, explicando que se trata essa de uma competência dos Estados-membros e que é “prática consolidada” da União permitir ao Estados-membros que tomem essa decisão.

 

Que resposta deu Maduro a esta iniciativa alargada dos Estados-membros da União?

O governo de Nicolás Maduro disse feira que está a preparar-se para “rever completamente” as relações diplomáticas que mantém com os países europeus que já reconheceram Juan Guaidó. Em comunicado oficial do Ministério das Relações Exteriores, citado pela agência de notícias Efe, o governo de Maduro disse que a revisão das relações começa “a partir deste momento” e até que haja “uma retificação que descarte o seu apoio ao golpe e o redirecione para o respeito da lei institucional”.

 

E do lado dos que apoiam Maduro, há mais adesões?

Há: a Coreia do Norte – que se junta assim à China, Rússia e Turquia. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte afirma que qualquer tentativa de forças externas à Venezuela removerem um presidente legitimamente eleito, de acordo com a Constituição de um Estado soberano, é uma interferência nos assuntos internos.

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