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Respostas Rápidas: E se Trump sair do acordo nuclear com o Irão?

“É um acordo com alicerces podres, é um mau acordo, uma má estrutura”, já afirmou Trump sobre o acordo nuclear com o Irão. Que decisão vai tomar o presidente dos EUA e que consequências pode ter esta decisão?
  • Raheb Homavand / Reuters
8 Maio 2018, 16h55

Quem assinou o acordo?

Em 2015, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) e a Alemanha assinaram um acordo nuclear com o Irão, que implicava que o país mantivesse o programa nuclear com fins pacíficos. Em contrapartida, foram levantadas parte das sanções internacionais aplicadas ao Teerão.

O que diz Trump sobre o acordo?

“É um acordo com alicerces podres, é um mau acordo, uma má estrutura”, afirmou o dirigente norte-americano.

Durante a sua campanha presidencial, Trump prometeu “rasgar” o acordo, desejado pelo seu antecessor na Casa Branca, Barack Obama, e fruto de anos de negociações.

Ameaçando passar à ação 15 meses após a chegada ao poder, Trump deu aos signatários europeus do atual acordo com o Irão (Alemanha, Reino Unido e França) até 12 de maio para o tornar mais severo.

Porque é que Trump quer ‘rasgar’ o acordo?

O republicano acredita que o acordo falhou na tentativa de evitar que o Irão desenvolva armamento nuclear e defende que o levantamento de sanções ao país, na sequência do acordo, está a servir para o Governo iraniano financiar operações de desestabilização no Médio Oriente.

Qual a posição do Irão sobre uma eventual renegociação do acordo?

O Irão afirma que não vai renegociar o acordo nuclear de 2015, numa altura em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça abandonar o compromisso. O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Mohammad Javad Zarif, acusa que os Estados Unidos de “violaram sistematicamente o acordo nuclear”, para impedir que várias empresas regressassem ao Irão.

“O Irão não vai renegociar o que foi acordado há anos atrás e foi implementado. Vamos também rejeitar qualquer ratificação ao acordo”, afirma Mohammad Javad Zarif, numa mensagem publicada no YouTube.

Que consequências pode ter no Irão o fim do acordo nuclear?

A guerra instalada entre o Irão e os seus parceiros ocidentais a propósito do acordo nuclear pode em pouco tempo minar o difícil equilíbrio interno entre o líder supremo, Ali Khamenei, e o presidente Hassan Rouhani – ou seja, entre o Islão radical e o Islão moderado. Khamenei nunca escondeu que não estava totalmente do lado de Rouhani na questão da abertura do Irão aos interesses ocidentais e da discussão comum de alguns temas – como o da energia nuclear – que são importantes para a defesa das fronteiras iranianas.

O clima de tensão entre os dois líderes foi bem patente nas últimas eleições, em maio deste ano, e surge repetidas vezes quando Rouhani decide empreender algum tipo de alteração, nomeadamente se forem alterações em questões que tenham a ver com preceitos religiosos. Isso mesmo voltou a acontecer já depois de maio, quando o presidente decidiu colocar uma mulher na administração da companhia aérea de bandeira.

Mais uma vez, por essa altura, Rouhani ouviu críticas veladas emanadas dos círculos fundamentalistas mais próximos do líder supremo – que acusam o presidente de ser excessivamente pró-ocidental e de abrir o país em excesso à cultura externa, enquanto permite a instalação de demasiados interesses económicos estrangeiros dentro das fronteiras nacionais.

No ocidente, Rouhani é tido como uma garantia de que o Irão não envereda – ou faz alguma coisa para não enveredar – pelo fundamentalismo islâmico e que se mantém numa plataforma de diálogo permanente com o Ocidente, fundamental para a paz na região e para o bom entendimento entre as duas partes.

 

 

 

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