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Respostas Rápidas: Estarão as autoridades mais próximas de desvendar o caso de Tancos?

A Polícia Judiciária deteve ontem militares da Polícia Judiciária Militar e da Guarda Nacional Republica, entre outros suspeitos de envolvimento no furto de material de guerra na base militar de Tancos e posterior aparecimento dessas armas na Chamusca. O que está em causa e o que repercussões poderão ter estes desenvolvimentos no misterioso caso de Tancos?
26 Setembro 2018, 07h35

Quem foi detido no âmbito do caso de furto de armamento na base militar de Tancos?

A Polícia Judiciária deteve ontem militares da Polícia Judiciária Militar (entre os quais o respetivo diretor) e da Guarda Nacional Republicana e um outro suspeito, além de ter realizado buscas em vários locais nas zonas da Grande Lisboa, Algarve, Porto e Santarém. Três militares do núcleo de investigação criminal da Guarda Nacional Republicana de Loulé, incluindo o seu chefe, estão entre os detidos. De acordo com um comunicado da Procuradoria-Geral da República, “investigam-se as circunstâncias em que ocorreu o aparecimento, em 18 de outubro de 2017, na região da Chamusca, de material de guerra furtado em Tancos”. Em causa estão “factos suscetíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, recetação, detenção de arma proibida e tráfico de armas”.

 

Quando e como é que o material de guerra foi recuperado?

A Polícia Judiciária Militar recuperou o armamento furtado da base militar de Tancos em outubro de 2017. Na altura foram recuperadas 44 armas de guerra, granadas de mão ofensivas, granadas foguete anticarro, granadas de gás lacrimogéneo e explosivos. O material de guerra foi encontrado na Chamusca, tendo a Polícia Judiciária Militar seguido as indicações de uma denúncia anónima. O material encontrava-se a cerca de 30 quilómetros da base militar de Tancos, onde as armas e explosivos desapareceram cerca de três meses antes. Foi encontrado no interior de caixas que estavam depositadas num terreno a céu aberto.

 

Que repercussões é que poderão ter as detenções de suspeitos?

Desde logo poderá ser um sinal de que a Polícia Judiciária estará mais próxima de desvendar o mistério, não apenas do furto de armamento mas também do seu aparecimento na Chamusca. Não sem a agravante de colocar em causa elementos da Polícia Judiciária Militar e da Guarda Nacional Republicana, inclusive ao nível da direção. O caso de Tancos volta assim a marcar a agenda política e noticiosa, na véspera de um debate com o primeiro-ministro António Costa no Parlamento. O ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, tem estado sob forte pressão política devido a este caso, mas as detenções até poderão servir para aliviar essa pressão, na medida em que poderão ser um passo no sentido de apurar as responsabilidades pelo sucedido. De qualquer forma, ainda há muitas explicações por dar e o ministro da Defesa certamente que voltará a ser chamado ao Parlamento. Aliás, o CDS-PP já anunciou que vai pedir a constituição de uma Comissão de Inquérito Parlamentar sobre o caso de Tancos.

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