O que está em causa?
A Web Summit convidou Marine Le Pen a estar presente como oradora na próxima cimeira tecnológica, que se realiza em Lisboa, entre os dias 5 e 8 de novembro. O “Diário de Notícias” redigiu um artigo sobre a sua vinda à capital portuguesa e, alguns dias depois, o nome da política de extrema-direita francesa foi retirado da lista de speakers, que conta com mais de duas centenas de nomes. Esta segunda-feira, Marine de Pen voltou ao quadro das presenças na conferência. O Jornal Económico contactou a organização da cimeira tecnológica a propósito da presença da dirigente política de 49 anos. Um porta-voz explicou ao semanário que, neste momento, não tem comentários para fazer sobre o assunto.
Como é que o evento a define?
“Marine é uma política e advogada francesa que atua como presidente do partido político Reunificação Nacional (anteriormente chamada Frente Nacional) desde 2011. Ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de 2012, perdendo para François Hollande. No ano passado, perdeu para Emmanuel Macron na segunda volta das votações, recebendo 34% dos votos”.
No passado mês de março, Marine Le Pen foi reeleita (sem surpresas) presidente do partido com 100% dos votos expressos, após uma votação por correspondência, com 2,87% de votos em branco ou nulos. A líder da antiga Frente Nacional assumiu, assim, um terceiro mandato como líder do partido que preside desde 2011, altura em que assumiu o cargo do pai Jean-Marie Le Pen.
Como reagiram alguns políticos portugueses?
Sobretudo através da rede social Twitter, vários comentários foram publicados sobre a presença de Marine Le Pen.
“Tenho cá um palpite de que António Costa vai pregar de forma violenta uma moralzinha sobre a presença da Le Pen no websummit. Depois irá à sessão de abertura do dito. Pecadilhos…”, escreveu o deputado do Bloco de Esquerda José Manuel Pureza.
https://twitter.com/jmpureza/status/1028287163455217666
João Galamba, deputado do Partido Socialista, partilhou a notícia no seu perfil e acrescentou: “Não se juntam, não, que a gente não aceita. Normalização de fascistas já ultrapassa em muito o aceitável”.
Não se juntam, não, que a gente não aceita. Normalização de fascistas já ultrapassa em muito o aceitável. https://t.co/QHyphSICIK
— Joao Galamba (@Joaogalamba) August 11, 2018
O fundador do partido Livre, Rui Tavares, escolheu a mesma plataforma para demonstrar o seu descontentamento perante esta escolha: “Há dois anos, a Câmara de Lisboa celebrou a Web Summit como um exemplo da Lisboa que fazia “pontes, e não muros”. Hoje a cidade não pode ficar quieta perante a tentativa de lá dar palco a uma das maiores representantes da xenofobia e do fechamento”.
Há dois anos, a @CamaraLisboa celebrou a @WebSummit como um exemplo da Lisboa que fazia “pontes, e não muros”. Hoje a cidade não pode ficar quieta perante a tentativa de lá dar palco a uma das maiores representantes da xenofobia e do fechamento. Cc @FMedina_PCML https://t.co/F5Rzf1t9jI
— rui tavares (@ruitavares) August 11, 2018
Quem são os outros oradores da Web Summit?
https://jornaleconomico.pt/noticias/presidente-da-samsung-e-fundador-da-ethereum-vem-a-lisboa-para-discursar-na-web-summit-334846
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