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Respostas Rápidas: o que disse Erdoğan sobre a morte do jornalista saudita?

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, adiantou esta terça-feira novos debates sobre a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi. Erdoğan descreve o assassinato do correspondente do ‘Washington Post’ e crítico do regime da Arábia Saudita como “selvagem” e promete trazer a público “toda a verdade”.
  • STR/Lusa
23 Outubro 2018, 14h27

Por que é que Erdoğan veio adiantar pormenores sobre a morte do jornalista saudita?

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, tinha prometido revelar “toda a verdade” sobre a morte do jornalista saudita, Jamal Khashoggi, que trabalhava como correspondente para o jornal norte-americano ‘Washington Post’. Esta terça-feira, dando cumprimento ao prometido, o chefe de Estado turco adiantou ao parlamento turco várias informações sobre a morte de Khashoggi. Erdoğan considera que o assassinato foi “planeado com dias de antecedência” e que se tratou de um crime “selvagem”. A última vez que Khashoggi foi visto foi no consulado saudita em Istambul, no passado dia 2 de outubro.

O que aconteceu no dia 2 de outubro, segundo Erdoğan?

O líder turco indica que no dia 2 de outubro, às 13h08, o jornalista terá entrado no consulado saudita na capital da Turquia. Terá entrado pelo próprio pé, depois de quatro dias antes ter estado no consulado para tratar de recolher documentação para preparar o seu casamento com uma mulher de origem turca. Por volta das 17h50, a noiva de Khashoggi reportou o desaparecimento do futuro marido junto das autoridades turcas, que terão iniciado uma investigação ao caso.

O que é que, para o chefe de Estado turco, corrobora a tese de assassinato?

Erdoğan defendeu, diante do parlamento turco, que a morte de Khashoggi foi premeditada por oficiais sauditas com vários dias de antecedência. A equipa que planeou e assassinou Khashoggi terá sido avisada de que o jornalista tinha estado no consulado no dia 28 de setembro para tratar do casamento com a noiva turca. A 2 de outubro – dia do assassinato – um grupo de 15 sauditas (incluindo generais) encontraram-se no consulado entre as 9h50 e as 11h00. Terão levado consigo imagens de videovigilância e, por volta das 11h50, contactaram Khashoggi para adiantarem a sua marcação para esse dia. Poucas horas depois, Khashoggi chega ao consulado e nunca mais é visto. Erdoğan acusa os sauditas de terem matado violentamente Khashoggi e terem usado um sósia para dar a entender que o jornalista tinha deixado o consulado.

Qual a versão das autoridades turcas sobre o que terá acontecido a Khashoggi?

A versão de Erdoğan e das autoridades turcas é de que a equipa de sauditas terá morto o jornalista, após um longo interrogatório e horas de tortura. Para retirar o corpo do consulado, os sauditas terão desmembrado o corpo de Khashoggi. Para encobrir o crime, a polícia turca acredita que os sauditas terão usado um sósia, que terá abandonado o consulado com uma barba falsa e as roupas do jornalista.

O que disse Erdoğan sobre o regime saudita?

Erdoğan considerou no parlamento que a Arábia Saudita “deu um importante passo ao admitir que se tratou de um assassinato”, mas defende que os autores do crime devem ser responsabilizados e julgados, de forma independente, pelas autoridades turcas. Até agora foram detidos 18 homens turcas, 15 dos quais já foram identificados como membros da equipa saudita que esteve no consulado no dia do assassinato do jornalista. Erdoğan criticou também as “declarações inconsistentes” da Arábia Saudita sobre o caso e exigiu que o país identifique o “colaborador local” que terá alegadamente morto Khashoggi. Suspeita-se que o príncipe saudita Mohammed bin Salman possa ter estado por detrás do assassinato.

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