Respostas Rápidas. O que levou a Galp ao valor mais elevado desde 2008?

Qual foi a perfomance das ações da Galp?

A Galp fechou esta terça-feira com uma valorização em bolsa de 1,67% para 17,915 euros por ação. Às 12h29, os títulos da petrolífera tocaram o máximo intraday, nos 17,995 euros, o que representa o valor mais elevado em dez anos. Desde 27 de maio de 2008, dia em atingiu o máximo de 18,080 euros que a Galp não cotava nestes níveis.

A petrolífera reforçou, assim, a posição de peso-pesado mais valioso do PSI 20. A capitalização bolsista de 13.815 milhões de euros ultrapassa os 12.775 milhões de euros da EDP (cotada com a segunda maior capitalização do índice) e os 8.158 milhões de euros da Jerónimo Martins (terceira maior). Em termos de peso no PSI 20, as valorizações da Galp têm levado a cotada a subir no ranking e é já a segunda maior, representando 13,40% das ações, apenas atrás da EDP (13,45%) e à frente do BCP (10,64%).

O que levou as ações a máximos de dez anos?

“A petrolífera liderou os ganhos do PSI 20, favorecida em parte pela subida do preço do petróleo nos mercados internacionais”, explicaram os analistas do BPI, num comentário após o fecho das bolsas europeias. À revelia dos parceiros europeus, os EUA acionaram, a partir desta terça-feira, a imposição das sanções económicas que tinham sido abolidas depois da assinatura do acordo nuclear com o Irão, em 2015.

Apesar de ainda não afetarem o petróleo – o que vai acontecer numa segunda fase – a expetativa de diminuição da oferta da matéria-prima de origem iraniana fez subir os preços. O valor do barril de crude WTI, negociado em Nova Iorque, sobe 0,46% para 69,33 dólares, enquanto o preço do brent em Londres avança 0,92% para 74,43 dólares.

“Começou a aplicação de sanções económicas por parte dos EUA ao Irão sobre determinados bens. No entanto, o maior golpe terá lugar a 5 de novembro, quando as sanções afetarem os produtos energéticos (petróleo e gás) iranianos”, refere a equipa de research do Bankinter.

A tendência de ganhos vai continuar?

A cotação da Galp é associada aos preços do petróleo, que tem negociado com subidas e descidas consoante as tensões geopolíticas. O acordo de cortes de produção pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e outras nações produtoras, a par de vários riscos geopolíticos (no Irão, mas também em outros países como a Venezuela ou a Líbia), tem alimentado os preços, beneficiando o setor petrolífero.

A petrolífera portuguesa acumula uma valorização em bolsa de 14,98% este ano (face aos 4,5% do PSI 20) e poderá continuar a ser beneficiada pela subida dos preços.

No entanto, o consenso entre os analistas que seguem a empresa aponta para um preço-alvo das ações de 17,48 dólares, ou seja, com um potencial de downside de 2,5% face ao valor de fecho desta terça-feira. As estimativas variam entre os 14,60 e os 21 euros, com 31% dos analistas a atribuição uma recomendação de ‘compra’ das ações, 52% ‘neutral’ e 17% ‘venda’.