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Respostas Rápidas: quais são as consequências da Cimeira da NATO para Portugal?

Em mais um encontro atribulado, muito por causa da postura do presidente norte-americano nos dias anteriores, o primeiro-ministro português condensou a prestação portuguesa numa equação onde o aumento dos investimentos na defesa pode ser replicado em três frentes. Quando ao mais, tudo está bem quando acaba bem.
12 Julho 2018, 16h16

Portugal foi admoestado pelo presidente dos Estados Unidos?

Não. Nem sequer fazia parte do grupo de países europeus que foi surpreendido na semana passada por uma carta da Casa Branca, onde Donald Trump recordava o compromisso dos países europeus em atingir os 2% do PIB em gastos militares. Segundo disse António Costa em conferência de imprensa a seguir à cimeira, o compromisso português é claro e não mereceu nenhuma ‘reprimenda’ dos Estados Unidos.

 

Qual é esse compromisso?

Atingir os 2% do PIB em gastos militares. Mas António Costa explicou que a equação subjacente aos gastos acabam por ser um benefício para o país. “Com cada euro que gastamos na defesa, aumentamos a capacidade das forças armadas, a capacidade do sistema científico e a capacidade da indústria nacional”, disse. No pressuposto de que os gastos nacionais em armamento podem cingir-se ao armamento que é construído em Portugal ou para o qual Portugal contribui – onde se inclui o segmento da aeronáutica. Supõe-se que, se Portugal comprar armamento que esteja fora deste perímetro, estará a contribuir para o sistema científico e para a indústria de outros países.

 

António Costa acredita que a NATO está em crise?

Não. “Há uma relação estrutural que perdura e perdurará entre os Estados Unidos e a Europa”, e que está para além das pequenas questões que fazem a espuma dos dias, disse o primeiro-ministro. Nem a NATO está para acabar, nem os Estados Unidos estão para sair da NATO. Isto apesar de Trump ter ontem ameaçado com essa saída, se os países da Europa não pagassem aquilo que se comprometeram pagar. De qualquer modo, em conferência de imprensa, Trump disse que a irritação já lhe tinha passado e que “a NATO está hoje mais forte que há dois dias atrás”.

 

O que é que faz Portugal na NATO?

Depois de ter aderido à organização em 1949, Portugal tinha como papel a defesa da Itália perante a iminência ou a própria existência de uma invasão da União Solviética. Com o fim da União Soviética – principal razão para a criação da própria NATO – a organização ficou sem objeto e teve de mudar de planos. Atualmente, a mais evidente prestação de Portugal na organização é a Strikefornato, o quartel-general da aliança em Oeiras, e que é chave para integrar as forças navais dos Estados Unidos nas operações da NATO. A organização está a detalhar a nova estrutura de forças no terreno (com dois novos comandos, um para o Atlântico e outra no segmento da logística).

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