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Respostas Rápidas: quais são os alvos da China na energia em Portugal?

Capital chinês aumenta o cerco ao setor energético em Portugal. EDP, EDP Renováveis e Generg são os principais alvos.
11 Setembro 2018, 07h40

A China Three Gorges anunciou uma OPA à EDP e à EDP Renováveis. Em que estado está a questão?

O anúncio preliminar da Oferta Pública de Aquisição (OPA) foi apresentado pela China Three Gorges, acionista da EDP – Energias de Portugal, entidade cujo capital social é integralmente detido, por via indireta, pela China. A intenção de adquirir o controlo sobre a EDP e por conseguinte legitimar o controlo que venha a adquirir sobre a EDP Renováveis levou-a à oferta preliminar também à eólica. O anúncio a 11 de maio sobre a totalidade do capital da EDP, oferecia 3,26 euros por ação, segundo o anúncio preliminar registado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A empresa chinesa justificava que a oferta corresponde um prémio de cerca de 10,8% em relação ao preço médio ponderado das ações no mercado nos últimos seis meses anteriores à data, que era de cerca de 2,94 euros por ação.

O conselho de administração da EDP considerou que o preço oferecido pela CTG foi baixo e, por isso, não recomendou que os acionistas vendam as suas ações ao preço atualmente oferecido”.

Paralelamente, a CTG também lançou uma OPA sobre a totalidade do capital EDP Renováveis, na qual a EDP tem 82,6%, oferecendo 7,33 euros por ação, mas subordinada ao sucesso da oferta sobre a casa mãe. É esta operação que foi o centro das últimas comunicações oficiais sobre o assunto, já há quase dois meses.
Por que é que a aquisição da Generg pela chinesa Datang ainda não avançou? 
O regulador da energia tem em mãos uma operação que está a ser seguida com muita atenção pelos intervenientes na OPA da China Three Gorges (CTG) sobre a EDP. Ao que o JE apurou, a ERSE emitiu um projeto de decisão que levanta entraves à compra da Generg pela chinesa Datang, por entender que esta empresa pertence ao mesmo grupo que controla o acionista chinês da REN. Se este entendimento se mantiver na decisão final, prevista para outubro, deverá também dificultar a OPA da CTG sobre a EDP.

No cerne da questão está o facto de a Datang ser controlada pela SASAC, um organismo estatal chinês, tal como a CTG e a China State Grid, acionista da REN. O regulador entende que pode estar em causa a regra europeia do unbundling, que obriga à separação entre as atividades de fornecimento (Datang, Generg e EDP) e de transporte de energia (REN). Em situações idênticas, os reguladores europeus têm imposto remédios como a venda de ativos ou a limitação dos poderes na gestão e dos direitos de voto nas empresas.

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