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Respostas Rápidas: Qual é o tratado nuclear com a Rússia que os EUA vão abandonar?

O presidente do Estados Unidos anunciou este fim de semana a retirada do país do tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF). A Rússia considera “um passo muito perigoso”.
21 Outubro 2018, 12h27

O que aconteceu este fim de semana?

Os Estados Unidos da América (EUA) acusaram a Rússia de violar um acordo nuclear assinado durante a Guerra Fria e anunciaram que se iriam retirar do tratado. “A Rússia não respeitou o tratado. Então, vamos pôr fim ao acordo e desenvolver as armas”, afirmou o presidente norte-americano Donald Trump, depois de um comício este sábado, em Elko, no estado do Nevada. “Eles violam-no há muitos anos” , frisou.

Qual é o tratado em causa?

O tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF, sigla em inglês), assinado em 1987 pelos então presidentes norte-americano e soviético, Ronald Reagan e Mikhaïl Gorbachev, respetivamente. O documento assinado no século XX, ao abolir a utilização de uma série de mísseis de alcance entre os 500 e os cinco mil quilómetros, pôs fim à crise desencadeada na década de 1980 com a implantação dos SS-20 soviéticos visando capitais ocidentais.

O que defendem os Estados Unidos?

A administração norte-americana protesta contra a implantação por Moscovo do sistema de mísseis 9M729, cujo alcance, de acordo com Washington, ultrapassa os 500 quilómetros, o que constitui uma violação do tratado INF. “Não vamos deixá-los violar o acordo nuclear e fabricar armas, enquanto nós não somos autorizados.

Como respondeu a Rússia?

Moscovo considera um “passo muito perigoso” a retirada dos EUA deste acordo nuclear. Já este domingo o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo disse que a atitude “vai mesmo suscitar condenações sérias”. À agência estatal TASS, Serguei Riabkov explicou que o tratado  é “significativo para a segurança internacional e a segurança nuclear, para a manutenção da estabilidade estratégica”.

De acordo com o porta-voz do governo russo, se os Estados Unidos continuarem a agir “de maneira maldosa e grosseira” e se retirarem unilateralmente de tratados internacionais, a Rússia “não terá outra alternativa senão “tomar medidas de retaliação, inclusive em relação à tecnologia militar” – ainda que Serguei Riabkov garanta que o país não pretende “chegar a esse ponto”.

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