[weglot_switcher]

Revolut, o banco digital que já é um ‘unicórnio’

A aplicação bancária para dispositivos móveis originária do Reino Unido já tem 2 milhões de clientes na Europa e espera chegar aos 100 milhões dentro de cinco anos.
26 Abril 2018, 19h20

O Revolut, um dos novos bancos digitais que surgiu no Reino Unido, levantou um novo financiamento 200 milhões de euros, o que avalia a empresa em cerca de 1.500 milhões e a eleva à categoria de ‘unicórnio’ (como são chamadas as empresas tecnológicas que superam os mil milhões de valorização) – sendo esta avaliação cinco vezes maior que há um ano.

A empresa, fundada em 2015 para oferecer serviços bancários a partir de dispositivos móveis, conta com o apoio financeiro da empresa de Hong Kong DST Global, bem como de outros investidores do Silicon Valley, como a Index Ventures e a Ribbit Capital. Até o momento, a empresa conseguiu levantar financiamento de 320 milhões.

Apesar da sua juventude, a empresa está a experimentar um dos maiores crescimentos no setor das ‘fintech’ – empresas do setor financeiro com forte componente tecnológico – na Europa: já tem cerca de dois milhões de clientes, metade dos quais no Reino Unido. A empresa alega que todos os dias agrega entre 6 e 8 mil novos utilizadores, que podem operar contas correntes e realizar operações como transferências e troca de moeda. O grupo pretende ter 100 milhões de clientes dentro de cinco anos.

Nikolay Storonsky, fundador e CEO da empresa, citado pelo jornal “Expansión”, garante que o capital levantado serviu para “expandir ainda mais o negócio em novos mercados, como os Estados Unidos, Canadá e Singapura, expandir a equipa e continuar a melhorar a aplicação tecnológica”. O grupo tem 350 colaboradores e terminará o ano com mais de 800, principalmente engenheiros e designers.

Outros mercados nos quais o Revolut pretende expandir este ano são a Austrália, o Hong Kong e possivelmente a Rússia. “ O nosso objetivo sempre foi fazer o oposto do que os bancos fazem”, diz o executivo, que trabalhou anteriormente para o Credit Suisse, em Londres. “Construímos uma tecnologia que permite que as pessoas assumam o controlo das suas finanças, conversamos com os nossos clientes como seres humanos e não temos medo de desafiar o velho sistema e inovar”.

O Revolut espera alcançar nos próximos meses a licença bancária que lhe permitirá operar como banco e realizar operações de crédito, e oferecer hipotecas. Storonsky, que é russo, calcula que essa licença, concedida pela Autoridade Financeira Britânica (FCA), pode chegar antes do mês de outubro.

“O Revolut está a desenvolver tecnologia que reduz a complexidade e os custos dos serviços financeiros para consumidores e pequenas empresas”, explica por seu turno Tom Stafford, sócio da DST Global. A empresa foi fundada por Yuri Milner, investidor russo, em 2009, para assumir participações em empresas que mais crescem na Internet, tendo no seu portfólio posições no Facebook, Twitter, WhatsApp, Airbnb, Spotify, Alibaba e Snapchat.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.