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Rio acusa Costa de lhe dirigir “quase insultos” e de não querer reformar a Justiça

O líder social-democrata acusou hoje o primeiro-ministro de ter enveredado pelo “quase insulto” na entrevista publicada domingo e de “não quer fazer reforma nenhuma” na Justiça quando “deveria ser o primeiro” a fazê-lo devido à Operação Marquês “e outros casos”.
  • António Cotrim/LUSA
3 Maio 2021, 18h17

“Estamos num país para lá das questões económica e sanitária. Sabemos que há um problema grave com a Justiça, a Justiça não funciona, a Justiça não está de acordo com os parâmetros fundamentais do Estado do Direto Democrático e aquilo que primeiro-ministro tem a dizer às propostas que temos feito de reforma estrutural da Justiça (…) envereda quase pelo insulto”, argumentou o líder social-democrata.

Rui Rio, que falava aos jornalistas na sede do PSD no Porto, depois de se ter reunido com o Sindicato dos Oficiais de Justiça, começou por dizer que sobre a entrevista de António Costa ao DN, JN e TSF, publicada no domingo, na revista Notícias Magazine, “podia dizer muito”, mas não o faria para “não cair num patamar idêntico”.

“Se dissesse muito, caía num patamar idêntico ao dele, e não quero. A entrevista não teve o nível que deve ter para um primeiro-ministro. Os insultos quase que ele me fez não interessam para o futuro do país, mas tiro conclusões. Acho que, infelizmente, todos tiramos a conclusão de que o doutor António Costa e este Governo não quer fazer reforma nenhuma”, referiu.

O presidente do PSD considerou que da entrevista ficou a ideia de que “não há esperança nenhuma que este Governo vá fazer uma qualquer reforma na justiça”, um Governo do PS que Rio considera que deveria ser “o primeiro a aprender e a desejar que houvesse reforma na Justiça”.

“Este Governo, e em particular este Partido Socialista, devia ser o primeiro a aprender e a desejar que houvesse reforma na justiça. É no enquadramento que lhe fazem sobre a Operação Marquês e o engenheiro José Sócrates que ele dirige as primeiras palavras desagradáveis, praticamente insultos, à minha pessoa. Perante um caso como a Operação Marquês e muitos outros a resposta não devia ser insultar a oposição, mas de abertura para reformarmos a justiça em Portugal”, afirmou.

O líder do PS, António Costa, comparou no domingo o presidente do PSD, Rui Rio, a “um cata-vento” e alertou para os perigos democráticos da “contaminação do PSD pelas ideias do Chega”.

“Um cata-vento tem uma grande vantagem sobre o dr. Rui Rio: é que um cata-vento ao menos tem pontos cardeais, o dr. Rui Rio não tem”, afirmou o líder socialista e primeiro-ministro em entrevista ao DN, JN e TSF.

A propósito da possibilidade de existir um acordo na Justiça entre os dois maiores partidos, o secretário-geral do PS faz duras críticas ao líder social-democrata, afirmando que “desistiu de disputar o centro com o PS e a única coisa que agora quer disputar é ali 2 ou 3% dos votos com o Chega”, tendo feito um acordo nos Açores e “já importou uma senhora para candidata à Câmara da Amadora”, Suzana Garcia.

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