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Rio insiste na diferença de 590 milhões de euros. Costa não responde

António Costa limitou-se a responder que a questão de Rui Rio, que é baseada em “0,6% da despesa”, “revela bem a sua dificuldade em criticar este orçamento”. 
  • Cristina Bernardo
9 Janeiro 2020, 16h29

O presidente do PSD, Rui Rio, voltou a questionar o primeiro-ministro sobre a diferença de 590 milhões de euros em contabilidade pública em dois quadros inscritos na proposta do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020), mas António Costa acusou o adversário político de ter “dificuldade em criticar” o orçamento.

No debate sobre o OE2020, na Assembleia da República, esta quinta-feira, Rui Rio disse que “no OE há um número que é o saldo em contabilidade pública que tem um diferencial de 590 milhões de euros”, realçando “é preciso saber onde estão os 590 milhões de euros, não é onde está o Wally, é onde estão os 590 milhões”.

“Quando questionamos o ministro das Finanças deu uma resposta eloquente: que não sabia nada disto”, frisou. “Já percebeu onde estão os 590 ou está como eu e ainda ninguém entendeu onde estão os 590 milhões?”.

António Costa limitou-se a responder que a questão de Rui Rio, que é baseada em “0,6% da despesa”, “revela bem a sua dificuldade em criticar este orçamento”.

O líder social-democrata, que considerou que o OE2020 “não é nem o melhor nem o pior, antes pelo contrario, é de continuidade”, questionou ainda o Governo sobre a carga fiscal.

“A carga fiscal aumenta 0,2% do PIB. Significa que portuguesas vão pagar mais 434 milhões de euros do que pagariam se a carga fiscal ficasse ao mesmo nível do que estava em 2019. Se compararmos com a proposta de 2018, o aumento da carga fiscal é 0,8%, ou seja mais 1740 milhões de euros que os portugueses vão pagar em 2020 a mais de impostos do que pagariam”, disse.

“A classe média em Portugal anda meio ano a trabalhar para o Estado e só ao fim de meio ano é que começa a trabalhar para si próprio. A carga fiscal não é unicamente responsabilidade deste governo, não se pede inversão drástica, o que se pede é inversão do caminho”, acrescentou. “Agora que o superavit é atingido à custa da carga fiscal e poupança de juros, quando as taxas de juro subirem o que vai fazer? Mais aumentos carga fiscal? Em Portugal a carga fiscal está ou não demasiado alta? Temos ou não que fazer diminuição de impostos?”, questionou.

António Costa garantiu que “temos uma carga fiscal abaixo da União Europeia e da OCDE”, garantindo que os portugueses vão pagar menos IRS, menos IRC este ano”. O primeiro-ministro defendeu que as receitas resultam sobretudo das contribuições sociais.

“O que esta a fazer aumentar, tem sido a criação de emprego e melhoria de rendimentos. Se quero reverter? Não, porque não quero nem baixar o rendimento, nem aumentar o desemprego”, garantiu.

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